Em um aniversário pessoal especial, o papa Francisco celebrou uma missa no leste de Cuba na segunda-feira (21) no último dia cheio de sua visita, onde ele foi elogiado por ajudar na reaproximação entre o governo comunista cubano e os Estados Unidos.
Dois outros papas já haviam visitado Cuba, mas Francisco foi o primeiro a visitar Holguin, capital da região onde os irmãos Fidel e Raúl Castro, líderes da ilha, cresceram.
Ele celebrou uma missa para dezenas de milhares de pessoas sob forte calor antes de ir para Santiago de Cuba, cidade onde a rebelião liderada por Fidel começou em 1953 e perto de um santuário para a padroeira nacional, a Virgem da Caridade.
O dia 21 de setembro, também em 1953, foi o dia em que o papa argentino disse ter recebido pela primeira vez um chamamento de Deus. Jorge Mario Bergoglio, então com 17 anos, estava indo encontrar amigos para um piquenique para marcar o início da primavera no hemisférios Sul quando sentiu uma necessidade urgente de entrar em uma igreja pela qual passou em frente em Buenos Aires. Foi lá que ele disse ter sentido um estranho impulso. “Não posso dizer o que foi, mas mudou a minha vida”, disse ele a seu biógrafo.
Encontro
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou no domingo (20) que estava previsto um encontro entre o papa e os dissidentes cubanos. Ele, porém, disse não saber por que a reunião não ocorreu.
Assim como seus antecessores, Bento 16 e João Paulo 2º, Francisco evitou fazer críticas mais incisivas ao regime do ditador Raúl Castro na visita a Cuba.
O Papa vai deixar Santiago de Cuba na terça-feira (22) depois de uma missa final na Praça da Revolução. Ele vai em seguida para os Estados Unidos, onde terá importantes compromissos no Congresso, na Casa Branca e na sede das Nações Unidas.
Relação dos EUA e Cuba
Pela primeira vez, os Estados Unidos podem aceitar sem reações uma condenação da Organização das Nações Unidas (ONU) ao embargo comercial contra Cuba.
Segundo autoridades americanas, o governo do presidente Barack Obama está avaliando abster-se na votação da Assembleia Geral da ONU em outubro sobre uma resolução que exige a suspensão do embargo.
A reaproximação diplomática liderada por Obama e Castro contou com a intermediação do papa Francisco.