O Papa Bento XVI, nascido na Alemanha, homenageou nesta sexta-feira (7) as vítimas do Holocausto. Em seu primeiro dia de visita à Áustria, ele orou diante do monumento às vítimas para homenageá-las em silêncio, junto com representantes da pequena comunidade judaica do país.
"É o momento de expressar nossa tristeza, nosso arrependimento e nossa amizade aos judeus", havia declarado o Papa algumas horas antes a jornalistas no avião que o trazia de Roma.
Esse foi a primeira visita apostólica do Papa à Áustria, que durará três dias e cujo ponto alto será sua peregrinação no sábado ao santuário mariano de Mariazell.
O avião da companhia Alitalia no qual viajavam o Pontífice, seu séquito e cerca de 70 jornalistas aterrissou no aeroporto de Viena às 11h15 -6h15 pelo horário de Brasília.
Após descer do avião, Bento XVI foi recebido com honras militares pelo presidente austríaco, Heinz Fischer, pelo chefe do Governo, Alfred Gusenbauer, e pelo arcebispo de Viena, cardeal Christoph Schönborn, sob uma forte chuva, que obrigou a transferir a cerimônia para um hangar do aeroporto.
O presidente austríaco destacou em seu discurso de boas-vindas que o Pontífice chegou a um país que conhece, "com o qual tem relações de parentesco e que fala o mesmo idioma".
Bento XVI disse estar muito feliz "por vir a este país impregnado pelo catolicismo", vizinho de seu país natal, com o qual se sente fortemente unido e ao qual chega pela primeira vez desde que foi eleito Papa.
O Pontífice mencionou o 850º aniversário do santuário de Mariazell, e que é centro de peregrinação para fiéis de toda a Europa Central.
As fortes chuvas causaram transtornos ao programa oficial, e foi preciso colocar toldos e proteções no percurso estabelecido pelo Vaticano.
O hangar onde ocorreu a cerimônia de boas-vindas teve que ser liberado e os aviões particulares em seu interior foram levados para a pista, a fim de deixar espaço para a guarda de honra.
Homenagem
Em seu primeiro dia na Áustria, Bento XVI orou diante do monumento às vítimas da Shoah, para homenageá-las em silêncio, junto com representantes da pequena comunidade judaica do país.
A cerimônia foi realizada na Judenplatz (Praça dos Judeus), no centro de Viena, diante do simples monumento de concreto erigido para recordar o sofrimento dos judeus deportados pelos nazistas.
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O grande rabino da Áustria Paul Chaim Eisenberg e outros setes representantes da comunidade judaica estavam ao lado do Papa e pronunciaram o Kaddish, a oração dos mortos na religião judaica.
Durante o período dos nazistas, 60.000 judeus austríacos morreram e 125.000 foram forçados ao exílio. O cardeal Schönborn recordou as raízes judias do cristianismo e a participação de parte de seus compatriotas nas atrocidades nazistas.
"Pedro era judeu. Os apóstolos eram judeus. Maria era judia e Jesus, seu filho e nosso Senhor, também é judeu através dela", declarou Schönborn pouco antes durante uma cerimônia diante da "Coluna de Maria" na praça "Am Hof".
"Uma das tragédias desta cidade é que ela esqueceu suas raízes, chegando até a negá-las e a querer destruir esse povo, o primeiro amado por Deus", acrescentou o cardeal, referindo-se aos massacres praticados pelos nazistas.
Sobre o mesmo assunto, o presidente austríaco Heinz Fischer havia afirmado, ao receber o Papa, que a Áustria "deve reconhecer as horas sombrias" de sua história.
Bento XVI já havia classificado o Holocausto de "crime sem equivalente na história" durante uma visita ao campo de concentração de Auschwitz em 28 de maio de 2006.
Itinerário
Neste sábado (8), Bento XVI deverá ir em peregrinação a Mariazell, centro mariano que completa 850 anos de sua fundação e que durante séculos também atraiu a fiéis da Hungria e dos países eslavos.
No domingo, último dia de sua visita, o Papa oficiará uma missa na catedral de São Estevão e rezará ao meio-dia o Ângelus na praça vizinha a esta basílica, para depois ir à abadia de Heiligenkreuz, a cerca de 30 quilômetros de Viena.
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