O Papa Bento XVI afirmou ontem em discurso no Parlamento alemão que a busca por valores como justiça e direito e não o sucesso e os ganhos financeiros devem orientar a atividade dos políticos no país. O discurso ocorreu no primeiro dia de visita oficial do Pontífice à sua terra natal.
"Sem justiça, o que mais é um Estado senão um bando de ladrões?", questionou ele, citando Santo Agostinho. Adolescente, Josef Ratzinger foi convocado a servir na Juventude Hitlerista e, depois, nas Forças Armadas nazistas. Na fala de ontem, ele elogiou os movimentos de resistência contra o nazismo e "outros regimes totalitários".
O discurso o primeiro de um papa ao Bundestag foi boicotado por cerca de 100 parlamentares de partidos de esquerda. Porém, o Papa foi bastante aplaudido de pé, ao final pelos presentes.
Nas ruas de Berlim um protesto contra a visita não atingiu a expectativa inicial de participantes. Segundo os organizadores, 10 mil pessoas participaram a metade do previsto. Segundo a polícia, eram 3 mil.
O pontífice teve ainda um encontro privado com a chanceler (premiê) Angela Merkel.
"Falamos sobre a Europa. Deixei bem claro que para nós, alemães, a unidade europeia é essencial, que significa riqueza, democracia e liberdade", afirmou Merkel.
Ética
Mais cedo, antes de viajar para a Alemanha, o Papa pediu por uma "renovação ética" na Itália, onde o primeiro-ministro Silvio Berlusconi enfrenta um escândalo sobre festas com prostitutas e dançarinas.
Em um telegrama enviado ao presidente italiano, Giorgio Napolitano, Bento XVI expressou sua "esperança em uma renovação ética cada vez mais intensa para o bem da amada Itália".
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