Bento XVI discursa no Parlamento alemão: defesa de valores como justiça e direito| Foto: Michele Tantussi/AFP

O Papa Bento XVI afirmou on­­tem em discurso no Parla­­mento alemão que a busca por valores como justiça e direito – e não o sucesso e os ganhos fi­­nanceiros – devem orientar a atividade dos políticos no país. O discurso ocorreu no primeiro dia de visita oficial do Pontífice à sua terra natal.

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"Sem justiça, o que mais é um Estado senão um bando de la­­drões?", questionou ele, citando Santo Agostinho. Adoles­cente, Josef Ratzinger foi convocado a servir na Juventude Hitlerista e, depois, nas Forças Armadas na­­zistas. Na fala de ontem, ele elogiou os movimentos de resistência contra o nazismo e "outros regimes totalitários".

O discurso – o primeiro de um papa ao Bundestag – foi boicotado por cerca de 100 parlamentares de partidos de esquerda. Porém, o Papa foi bastante aplaudido – de pé, ao final – pelos presentes.

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Nas ruas de Berlim um protesto contra a visita não atingiu a expectativa inicial de participantes. Segundo os organizadores, 10 mil pessoas participaram – a metade do previsto. Segundo a polícia, eram 3 mil.

O pontífice teve ainda um en­­contro privado com a chanceler (premiê) Angela Merkel.

"Falamos sobre a Europa. Dei­­xei bem claro que para nós, alemães, a unidade europeia é es­­sencial, que significa riqueza, democracia e liberdade", afirmou Merkel.

Ética

Mais cedo, antes de viajar para a Alemanha, o Papa pediu por uma "renovação ética" na Itália, onde o primeiro-ministro Silvio Berlusconi enfrenta um escândalo sobre festas com prostitutas e dançarinas.

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Em um telegrama enviado ao presidente italiano, Giorgio Napolitano, Bento XVI ex­­pres­­sou sua "esperança em uma re­novação ética cada vez mais intensa para o bem da amada Itália".