Cidade do Vaticano O Papa Bento XVI presidiu ontem, na basílica de São Pedro, no Vaticano, a tradicional missa do Domingo de Ramos, que dá início às liturgias da Semana Santa. Centenas de fiéis assistiram à missa, dedicada aos jovens. Vários levavam ramos de palmas de oliveira, que foram abençoados pelo Pontífice. "Com essa liturgia entramos na Semana Santa, para viver a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo", declarou o Papa ao iniciar a cerimônia.
Bento XVI lembrou que os ramos de oliveira são o símbolo da paz, enquanto que as palmas representam o martírio sofrido pelo Cristo. Em 2005, a missa havia sido celebrada em 20 de março e, pela primeira vez em 26 anos de pontificado, o então Papa João Paulo II não havia conseguido presidi-la por causa de problemas de saúde. No entanto, ele tinha aparecido na janela de seu estúdio no Vaticano, em sinal de que seguia guiando a Igreja. Poucos dias depois, em 2 de abril, João Paulo II morreu após uma longa agonia. Neste ano, o Papa Bento XVI deve presidir o extenso programa litúrgico desde o Domingo de Ramos ao da Ressurreição. Durante a homilia, Bento XVI condenou "a corrupção e a avidez que assolam o mundo" e denunciou "um mundo dilacerado e atormentado pela violência". O Papa pediu aos fiéis que se lembrem que a bênção incentiva a não se opor à injustiça com outra injustiça, nem à violência com a violência. O pontífice lembrou que, cada vez que os cristãos se benzem, devem lembrar que não se pode opor a injustiça com outra injustiça, nem a violência com outra violência. Os cristãos têm de lembrar que só se pode vencer o mal com o bem, "e jamais fazendo mal pelo mal", disse o Papa.
A cerimônia de hoje no Vaticano começou com a Procissão das Palmas, que percorreu a praça desde o obelisco até o altar maior. Entre galhos de palmeiras e de oliveira, Joseph Ratzinger comandou seu primeiro rito da Semana Santa como papa. Além disso, narrou a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e a Paixão de Cristo. Após ressaltar que há 20 anos, "graças a João Paulo II", o Domingo de Ramos se tornou o dia da juventude (Karol Wojtyla instituiu a Jornada Mundial da Juventude em 1984), o Papa defendeu que a cruz seja "um instrumento de paz e reconciliação entre os povos". Depois, analisou a chegada de Jesus a Jerusalém, não em uma luxuosa carroça nem a cavalo, "como os grandes do mundo", mas em um jumento, o animal dos camponeses, que lhe foi emprestado. O significado, disse o Papa, é que Jesus quis ser "rei dos pobres, um pobre entre os pobres e para os pobres".