O Papa Bento XVI, manifestando-se sobre um assunto que deverá ser abordado pelo próximo governo italiano, condenou nesta quinta-feira o casamento entre homossexuais e o reconhecimento legal da união entre pessoas não casadas. Pouco tempo depois, o Papa tornou-se alvo de ataques de esquerdistas, que o acusaram de tentar determinar a agenda política do país.

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O pontífice, em declarações dadas durante uma conferência sobre o casamento e a família, reafirmou a opinião da Igreja de que o casamento precisa ser uma união entre um homem e uma mulher e estar aberto à procriação.

"Apenas a pedra do amor total e irrevogável entre um homem e uma mulher é capaz de servir como a fundação para construir uma sociedade que vire um lar para toda a humanidade", disse.

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Segundo o Papa, o casamento deveria acontecer entre um homem e uma mulher "abertos à transmissão da vida e a cooperar com Deus na geração de novos seres humanos".

A coalizão liderada por Romano Prodi prometeu conceder alguma forma de reconhecimento legal aos casais não casados, mas não chegou a dar apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

No entanto, alguns partidos da coalizão são favoráveis a conceder mais direitos aos homossexuais, entre os quais o de se casarem. A questão deve ser debatida, cedo ou tarde, durante o mandato do novo governo, que toma posse na próxima semana.

Franco Grillini, um parlamentar de esquerda que é assumidamente homossexual, acusou o Papa de tentar "escrever a agenda política" da Itália e de "ignorar os direitos de milhões de italianos que vivem juntos".

A Igreja Católica já indicou que combaterá qualquer tentativa de oferecer o status de parceria civil para casais heterossexuais não casados ou para os casais homossexuais.

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Alguns membros da centro-esquerda são favoráveis a uma medida similar à adotada pela França em 1999. O país concedeu a todos os casais o direito de formar uma união civil, de ingressar como tal nos serviços de seguridade social e de herança, entre outros benefícios.

Mas, em seu comunicado, o Papa atacou diretamente o reconhecimento legal de casais não casados.

"Hoje tornou-se uma questão urgente não confundir o casamento com outros tipos de união baseados em um amor que é fraco", afirmou.