O papa Francisco fez críticas, nesta sexta-feira (28), a quem “presume como conquista o direito insensato ao aborto”, classificando a prática como sendo "sempre uma trágica derrota”. A declaração foi feita durante seu primeiro discurso na Hungria perante as autoridades do país.
Após se encontrar com a presidente Katalin Novák e o primeiro-ministro Viktor Orbán separadamente, o papa criticou em um discurso o que chama de "colonizações ideológicas" que, em sua opinião, "eliminam as diferenças, como a chamada ideologia de gênero, ou então antepõem à realidade da vida conceitos redutores de liberdade, quando, por exemplo, se alardeia como conquista um insensato direito ao aborto, que é sempre uma trágica derrota".
Por outro lado, o papa aplaudiu a "construção de uma Europa centrada na pessoa e no povo, onde existam políticas efetivas para a natalidade e a família" e "onde nações diversas sejam uma família em que zele pelo crescimento e a singularidade de cada uma". Ele também mencionou os valores cristãos que o primeiro-ministro Orbán, que é calvinista, afirma defender, mas enfatizou que esses valores "não devem ser expressos através da rigidez e do fechamento, porque a verdade de Cristo exige mansidão e bondade".
O pontífice recordou, em um país onde o governo mantém uma política dura contra a migração, “que a assistência aos necessitados e aos pobres é uma obrigação”. Ele também defendeu que a Europa lide com a crise migratória, "sem desculpas ou atrasos".
O papa continuará sua viagem pela Hungria e terá um encontro hoje com os bispos do país, enquanto amanhã visitará os migrantes, muitos deles ucranianos, mas também de África e Ásia, atendidos pela Caritas.
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