O Papa Bento XVI pediu ontem um melhor diálogo entre a cristandade e o Islã, no segundo dia de visita a seu país natal, onde também tem a intenção de enviar sinais de aproximação aos protestantes em favor do ecumenismo.
"Acho que uma colaboração fecunda entre cristãos e muçulmanos é possível", afirmou o Papa ao receber, em Berlim, representantes do Islã na Alemanha. "Reconhecemos a necessidade (...) de progredir no diálogo e estima recíprocas", insistiu, apesar de o diálogo entre as duas religiões não ter ficado tão fácil depois da polêmica lançada pelo sumo pontífice há cinco anos, durante um discurso na Baviera, onde estabeleceu um vínculo entre o Islã e a violência religiosa.
Na Alemanha, vivem entre 3,8 e 4,3 milhões de muçulmanos, que representam entre 4,6% e 5,2% de sua população.
Depois, Bento XVI partiu de Berlim para Erfurt, onde Martinho Lutero estudou direito e teologia a partir de 1501, e foi ordenado sacerdote em 1507, depois de ter entrado na ordem dos monges agustinianos. Durante esses anos fundamentais, Lutero, que ainda era católico, refletiu sobre o que seria o começo da Reforma protestante.
Depois de visitar a catedral desta pitoresca cidade medieval, o Pontífice se reuniu a portas fechadas com 20 delegados da Igreja protestante alemã.
Vítimas de abusos
Bento XVI realizou uma reunião surpresa com vítimas alemãs de abuso sexual por padres e expressou profundo pesar pelo sofrimento delas e de suas famílias, disse o Vaticano em comunicado.
O Papa, que está em uma viagem de quatro dias à Alemanha, seu país natal, ficou "comovido e profundamente abalado pelos sofrimentos das vítimas" e assegurou-lhes que a Igreja está comprometida com a promoção de medidas eficazes para proteger as crianças, segundo o Vaticano. A reunião ocorreu em um seminário em Erfurt, no leste da Alemanha.
O encontro privado foi semelhante ao que ele tem realizado em outras viagens recentes, incluindo um na Grã-Bretanha, em setembro passado.
A Igreja Católica na Alemanha recebeu quase 600 pedidos de indenização por abuso, enquanto uma associação de vítimas estima que mais de 2 mil pessoas foram maltratadas por padres católicos nas últimas décadas.
Cerca de 8 mil pessoas que se opõem aos ensinamentos de Bento XVI sobre sexualidade e estão indignadas com os casos de abuso clerical marcharam pelo centro de Berlim na quinta-feira em protesto contra a visita do Pontífice.
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