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O papa Bento 16 vai divulgar no sábado a esperada carta endereçada aos católicos divididos da China, entre eles os milhões que são adeptos de uma Igreja controlada pelo Estado e que não reconhece a autoridade papal.

O Vaticano disse que a carta será endereçada a bispos, clero e fiéis da China. A expectativa é que o texto tente buscar a unidade católica e melhorar as relações com o país, que é oficialmente ateu.

Mas a imprensa italiana afirma que o documento, de quase 30 páginas, também vai enfatizar a importância da liberdade de religião.

A China não mantém relações diplomáticas com o Vaticano desde 1951, dois anos depois do início do domínio comunista. Existem cerca de 10 milhões de católicos na China, divididos entre uma igreja "clandestina", leal à Santa Sé, e uma igreja aprovada pelo Estado, que respeita o papa como liderança espiritual mas que rejeita o controle papal na prática.

As tensões se elevaram com a questão da nomeação dos bispos. A China recusa-se a permitir que o Vaticano faça as nomeações.

Um dos pontos problemáticos da relação entre China e Vaticano é o fato de a Santa Sé reconhecer Taiwan. Pequim já afirmou que as relações diplomáticas não podem ser retomadas enquanto o Vaticano não romper relações com Taiwan, cuja legitimidade a China não reconhece.

O serviço AsiaNews, com sede em Roma e especializado na China, advertiu que a carta do papa pode causar o efeito contrário. As informações são de que as autoridades chinesas "convidaram" os bispos católicos do país a discutir uma resposta.

"Fontes na China temem que a Frente Unida obrigue os bispos a se distanciar do texto de Bento 16, e a fazer declarações públicas elogiando as políticas religiosas do Partido Comunista", afirmou a AsiaNews.

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