O papa Bento 16 encontrou artistas do mundo todo na Capela Sistina neste sábado e pediu que eles coloquem espiritualidade no seu trabalho, dizendo que a beleza contemporânea é muitas vezes "ilusória e enganadora".

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O papa disse a centenas de pintores, escultores, arquitetos, poetas e diretores reunidos sob a abóbada da capela pintada por Michelangelo que ele queria "renovar a amizade da Igreja com o mundo da arte".

"A beleza... pode se tornar um caminho para a transcendência, para o mistério final", disse Bento 16.

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O Vaticano disse ter convidado cerca de 500 artistas para o evento, sem considerar aspectos religiosos, políticos ou estilísticos.

Mais de 250 aceitaram, a maioria da Itália, incluindo o cantor Andrea Bocelli e o premiado compositor Ennio Morricone.

O papa disse a eles que, num mundo onde falta esperança, com sinais cada vez maiores de agressão e desespero, há uma necessidade ainda maior de um retorno da espiritualidade na arte.

Com o afresco "O Juízo Final", que adorna a parede do altar da capela, ao fundo, Bento 16 lamentou que a cooperação entre a Igreja Católica e a comunidade artística tenha se enfraquecido.

O evento deste sábado marcou o décimo aniversário da "Carta aos Artistas" do papa João Paulo II, na qual ele falava da "necessidade de arte" da Igreja, e o 45o aniversário da reunião original com artistas em 1964, promovida pelo papa Paulo VI.

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Após uma série de questões entre o Vaticano e artistas nos últimos anos, incluindo a controvérsia em torno do livro "O Código da Vinci", de Dan Brown, a mais recente abertura a artistas tem sido conduzida pelo novo comissário da cultura do Vaticano, o arcebispo Gianfranco Ravasi.