O papa Bento XVI disse hoje, a caminho da ilha do Chipre, que está profundamente triste com o assassinato, na Turquia, do bispo católico Luigi Padovese. O pontífice afirmou acreditar que o crime não foi político e não atrapalhará sua peregrinação. Funcionários do governo turco disseram que Padovese foi morto por seu motorista. Eles afirmaram que o homem aparenta ter doenças mentais.
Bento XVI aceitou as explicações da polícia turca sobre o assassinato, ao dizer que "não foi um assassinato com motivação política ou religiosa, foi algo pessoal". Segundo ele, a morte de Padovese "não tem nada a ver com os temas e a realidade desta viagem. Precisamos não responsabilizar a Turquia ou os turcos". O porta-voz do Vaticano, o reverendo Federico Lombardi, afirmou que o assassinato de Padovese mostra as "condições difíceis" que a Igreja Católica Romana enfrenta no Oriente Médio.
Chipre, uma ilha dividida entre gregos e turcos étnicos, é vista pelo Vaticano como uma ponte entre a Europa e o Oriente Médio. A visita é avaliada como um teste para Bento XVI, a respeito de como ele superou o episódio no qual ligou o Islã à violência, durante um discurso na Alemanha. Os protestos de lideranças islâmicas quase fizeram o papa cancelar uma viagem à Turquia em 2006.
Segurança
Mais de mil policiais foram mobilizados para fazer a segurança de Bento XVI, que programou uma visita apenas à parte grega da ilha, a República do Chipre, que faz parte da União Europeia. O papa não deverá visitar a República Turca do Norte do Chipre (TRNC, na sigla em inglês), embora não tenha descartado reuniões com líderes muçulmanos.
Bento XVI terá várias reuniões com religiosos cristãos locais, onde será discutida uma agenda para uma cúpula em outubro em Roma, a qual lançará uma estratégia para deter o êxodo de cristãos do Oriente Médio, que estão deixando a região por causa de dificuldades econômicas e da violência sectária. O Oriente Médio inclui os descendentes das comunidades cristãs mais antigas.
O pontífice também deverá discutir a divisão do Chipre. A ilha foi dividida em 1974, quando a Turquia invadiu o norte após uma tentativa de golpe de nacionalistas gregos, que queriam unir a ilha à Grécia. Os cipriotas turcos declararam a independência em 1983, mas a TRNC é reconhecida apenas pela Turquia que mantém 35 mil soldados no norte.