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O papa Bento XVI afirmou nesta quinta-feira (21) que a crise econômica e financeira da Europa é de ética e que falta força "para estimular as pessoas e os grupos sociais a renúncias e sacrifícios".

Bento XVI fez essas declarações no discurso desta quinta-feira à Cúria Romana pela celebração do Natal, e também disse que o centro da crise da Igreja Católica na Europa está ligado à fé.

O papa fez um balanço deste ano, marcado, em suas palavras, pela crise europeia e por suas viagens à Croácia, à Alemanha - sua terra natal - a Madri - para participar da Jornada Mundial da Juventude - e ao Benin - em sua segunda visita à África.

Sobre a Europa, Bento XVI disse: "Embora não esteja em discussão alguns valores como a solidariedade, o compromisso com o próximo, a responsabilidade pelos pobres e necessitados, falta com frequência, no entanto, uma força que os motive, capaz de induzir as pessoas e os grupos sociais a renúncias e sacrifícios".

O papa acrescentou que o conhecimento e a vontade não seguem sempre o mesmo caminho e que a vontade que defende o interesse pessoal "ofusca o conhecimento".

Bento XVI disse ainda que, dessa crise, surgem perguntas fundamentais como: "onde está a luz que possa iluminar o conhecimento do homem não apenas com ideias gerais, mas com atitudes concretas?". Para ele, a resposta está no Evangelho.

O pontífice também se referiu à crise de fé na Europa e disse que vê "com preocupação" o fato de as pessoas mais assíduas à igreja serem cada vez mais idosos e que o número de fiéis vem diminuindo constantemente, além da estagnação das vocações ao sacerdócio e o aumento do ceticismo e da incredulidade.

"Se não encontrarmos uma resposta, se a fé não ganhar vitalidade, com uma convicção profunda e uma força real graças ao encontro com Jesus Cristo, todas as outras reformas serão ineficazes", ressaltou.

Bento XVI destacou que a visita ao Benin foi "muito estimulante", já que na África não se nota "nenhum sinal de perda da fé", além de se referir à Jornada Mundial da Juventude, realizada em Madri em agosto, que segundo ele também foi "um remédio contra o cansaço de crer".

Ele também destacou desses encontros mundiais de jovens o trabalho dos voluntários, que doam à Igreja vários anos de sua vida sem esperar nada em troca, para simplesmente fazer o bem.

O papa falou ainda sobre o encontro de religiões realizado na cidade italiana de Assis, onde nasceu São Francisco, e expressou seu desejo de que esse evento colabore com a paz, a reconciliação e a justiça.

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