Em entrevista publicada ontem pelo jornal italiano La Stampa, o papa Francisco reafirmou que sua preocupação com os pobres e sua crítica ao sistema econômico global não têm inspiração comunista, e sim na premissa da fé cristã.
O papa exigiu mais ética na economia e melhor distribuição dos recursos da Terra. Ele condenou enormes salários e bônus, chamando-os de sintomas de uma economia baseada na ganância e também disse que a especulação em commodities de alimentos foi minando a luta global contra a pobreza e a fome.
Alguns conservadores dos EUA o estigmatizaram como um marxista por suas críticas frequentes ao consumismo e seu foco à igreja.
"Se eu repetir alguns sermões dos primeiros padres da Igreja no segundo ou terceiro séculos sobre como os pobres devem ser tratados, alguns me acusariam de pregar uma homilia marxista", disse ele.
Mas em uma entrevista contida em um novo livro This Economy Kills, um estudo dos ensinamentos econômicos e sociais do papa que será publicado nesta semana, Francisco explica que a sua mensagem está enraizada no Evangelho e foi ecoada por padres da Igreja desde os primeiros séculos do cristianismo.