O papa Francisco endossou uma intervenção no Iraque para impedir que militantes islâmicos continuem atacando minorias religiosas no país. No entanto, o pontífice afirmou que a comunidade internacional - e não apenas um país - deve decidir como intervir.
Francisco também disse que seus assessores estavam considerando a possibilidade de ele ir até o norte do Iraque em solidariedade aos cristãos perseguidos, mas que isso ainda não está definido.
O papa negou, contudo, que esteja apoiando o uso da violência, após ter sido questionado sobre os ataques dos Estados Unidos no Iraque. "Não estou dizendo para fazer guerra, apenas pedindo para impedi-los de continuar com essas agressões injustas [dos islâmicos contra as minorias]", esclareceu. "Uma nação sozinha não pode decidir como parar com isso", disse, referindo-se aos norte-americanos.
Em carta divulgada pelo Vaticano no último dia 10, o papa disse que as notícias no Iraque "nos deixam em consternação e descrença". Ele citou "as milhares de pessoas, incluindo cristãos, que foram brutalmente forçadas a deixar suas casas e crianças que morreram de sede durante a fuga".
O papa encorajou a comunidade internacional a encontrar "uma solução pacífica eficiente" que possa parar esses crimes e restabelecer a regra da lei".
Seus comentários foram significativos porque o Vaticano vem se opondo veementemente a qualquer intervenção militar nos últimos anos, desde o pontificado do papa João Paulo II. Mas agora, com os cristãos sendo atingidos diretamente no Iraque, há um apoio cada vez maior para uma intervenção no país, já que outras comunidades cristãs foram esvaziadas como resultado de ataques de extremistas.
Em entrevista a jornalistas, o pontífice aproveitou para confirmar que vai aos Estados Unidos em setembro de 2015, passando por Filadélfia, Washington e Nova York. Ele disse que é possível fazer uma parada no México, porém ainda não está confirmado. Uma visita à Espanha também está sendo considerada para o ano que vem.
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