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Igreja

Papa enfrentará protestos por custos de viagem à Espanha

Manifestantes espanhóis protestam contra os altos custos da recepção do papa Bento XVI ao país em tempos de cortes | REUTERS/Andrea Comas
Manifestantes espanhóis protestam contra os altos custos da recepção do papa Bento XVI ao país em tempos de cortes (Foto: REUTERS/Andrea Comas)

Madri está se preparando de forma generosa para a visita do papa Bento XVI durante um festival de jovens católicos romanos esta semana, mas ele enfrentará protestos sobre os custos da viagem em um momento de dificuldades econômicas.

As críticas vieram do movimento "Os Indignados", formado em boa parte por jovens, que ocuparam a praça central de Madri Puerta del Sol em maio para protestar contra cortes de gastos do governo, problemas econômicos e o desemprego que beirava 21 por cento.

Alguns padres espanhóis também questionaram os custos.

"Não estamos organizando um protesto contra o papa, mas para reclamar de um evento que é muito caro em momento de crise e desemprego elevado", disse Evaristo Villar, padre e membro das Redes Cristianos, que fará um protesto na noite de quarta-feira, véspera da chegada do papa.

"Um evento deste tipo não cabe em um país com 5 milhões de desempregados", acrescentou ele.

Uma crítica específica tem sido as reduções especiais no transporte público para os peregrinos visitantes, quando os cidadãos pagam até 50% a mais por um único bilhete de metrô ou ônibus.

Os organizadores do festival Dia Mundial Jovem alegam que os peregrinos pagarão pelo evento e vão gerar cerca de 100 milhões de euros para os cofres públicos.

Críticos calculam os custos do evento em cerca de 100 milhões de euros, mas o governo se negou a estimar o valor que a visita do papa custará ao Estado. Uma porta-voz do governo disse que boa parte dos gastos será com segurança extra, incluindo colocar milhares de policiais a mais nas ruas de Madri.

Em junho, padres espanhóis reclamaram do nível elevado de acordos de patrocínio corporativo para a visita do papa, afirmando que isso fazia a Igreja Católica parecer privilegiada. Logos de empresas, incluindo o banco Santander SAN.MC, Telefónica e Coca Cola, entre outros, aparecem no website oficial.

Os protestos também devem contar com a participação de grupos locais de gays e lésbicas e manifestantes pró-aborto.

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