O Papa Francisco fez um novo ataque à injustiça econômica neste sábado, condenando a “cultura do descartável” da globalização e pedindo novas maneiras de se pensar sobre pobreza, assistência social, emprego e sociedade.
Em um discurso para a Associação de Movimentos Cooperativos Italianos, ele ressaltou o “crescimento vertiginoso do desemprego” e os problemas que os sistemas de assistência social existentes tiveram para atender às necessidades da saúde pública.
Para aqueles que vivem “nas margens existenciais” o sistema atual político e social “parece estar fatalmente destinado a sufocar a esperança e aumentar os riscos e ameaças”, afirmou.
O papa, de origem argentina, que tem frequentemente criticado a economia de mercado ortodoxa de estimular a injustiça e desigualdade, disse que as pessoas são forçadas a trabalhar longas horas, às vezes na economia paralela, por algumas centenas de euros por mês, porque elas são vistas como facilmente substituíveis.
“‘Você não está gostando disso? Então vá para casa’. O que se pode fazer em um mundo que funciona assim? Porque há uma fila de pessoas procurando trabalho. Se você não gostar disso, outra pessoa gostará”, disse, em uma mudança espontânea no texto do seu discurso.
“É a fome, a fome que nos faz aceitar o que eles nos dão”, acrescentou.
O papa Francisco disse ao seu público que eles podem ajudar a buscar novos modelos e métodos que poderiam ser um modelo alternativo para a “cultura do descartável, criada pelas potências que controlam as políticas econômicas e financeiras do mundo globalizado”.
Talvez atento a um escândalo de corrupção abrangente ligado a algumas cooperativas em Roma, no ano passado, ele atacou aqueles que “prostituem o nome cooperativa”.
Mas sua mensagem geral foi de que a lógica econômica tinha que ser secundária às maiores necessidades da sociedade humana.
“Quando o dinheiro se torna um ídolo, ele comanda as escolhas do homem. E assim ele arruína o homem e o condena. Faz dele um escravo” disse o papa.
“O dinheiro a serviço da vida pode ser administrado de maneira certa por cooperativas, com a condição que se trate de uma cooperativa real, onde o capital não tem comando sobre os homens, mas sim os homens sobre o capital”, reforçou.
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