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O papa Francisco visitou neste domingo (7) a cidade de Qaraqosh, no norte do Iraque, onde igrejas foram destruídas e milhares cristãos tiveram que fugir após a chegada do grupo terrorista Estado Islâmico na região em 2014. O pontífice, muito celebrado pelos fiéis que o acompanharam, pediu que os cristãos do Iraque perdoem as injustiças cometidas por extremistas muçulmanos e reconstruam as comunidades devastadas.
"O caminho para uma recuperação total ainda pode ser longo, mas peço-lhe, por favor, que não desanime. O que é necessário é a capacidade de perdoar, mas também a coragem de não desistir", disse o papa Franciso na igreja de Qaraqosh, que foi amplamente renovada após ser vandalizada por militantes do Estado Islâmico, tornando-a um símbolo dos esforços de recuperação. "Nosso encontro mostra que o terrorismo e a morte nunca têm a última palavra. A última palavra pertence a Deus e a seu Filho, vencedor do pecado e da morte", disse aos fiéis.
Na cidade, Francisco também ouviu os testemunhos de vítimas do Estado Islâmico. Um residente de Qaraqosh contou como seu filho e dois outros jovens foram mortos em um ataque de morteiro em 6 de agosto de 2014, quando o Estado Islâmico estava se aproximando da cidade. A morte deles foi o alarme para o resto da comunidade fugir.
Antes da ida a Qaraqosh, o papa visitou Mosul, onde rezou para centenas de seguidores em frente aos escombros de quatro igrejas – Católica Siríaca, Apostólica Armênia, Ortodoxa Síria e Igreja Caldeia – destruídas pelos extremistas islâmicos. A cena seria impensável até anos atrás, já que Mosul era o principal reduto do então "califado" do Estado Islâmico, onde eram perpetrados assassinatos em massa. Foi nesta cidade que o antigo líder do grupo terrorista, Abu Bakr al-Baghdadi (morto pelos EUA em 2019), conclamou todos os muçulmanos a segui-lo como "califa".
"Como é cruel que este país, o berço da civilização, tenha sido afligido por um golpe tão bárbaro, com antigos locais de culto destruídos e muitos milhares de pessoas – muçulmanos, cristãos, yazidis – que foram cruelmente aniquilados pelo terrorismo, e outros deslocados à força ou mortos", lembrou o pontífice.
"Hoje, porém, reafirmamos nossa convicção de que a fraternidade é mais forte do que o fratricídio, que a esperança é mais poderosa do que o ódio, que a paz é mais poderosa do que a guerra".
Depois de passar por Mosul e Qaraqosh, o papa Francisco foi a Erbil, onde realiza uma missa ao ar livre, em um estádio, para centenas de fiéis.