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O papa Francisco conversou por telefone, nesta quarta-feira (16), com o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill, sobre a guerra na Ucrânia, segundo fontes da Santa Sé informaram à Agência EFE.
O pontífice expressou repetidamente a preocupação com o conflito e discutiu a questão com Kirill, que gerou polêmica ao justificar a invasão.
Ambos os líderes religiosos se reuniram em Havana em 2016, no primeiro encontro entre um patriarca ortodoxo russo e um papa católico desde o cisma de 1054.
O Vaticano, até o momento, não anunciou oficialmente a conversa, embora fontes internas tenham confirmado. Já o patriarcado russo emitiu um comunicado com detalhes da ligação.
Participaram da conversa Kirill e Francisco, além do metropolita Hilarion, presidente do Departamento das Relações Externas do Patriarcado de Moscou, e o cardeal suíço Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
As partes discutiram "com particular atenção" a "situação no território ucraniano", especialmente no que diz respeito às questões humanitárias e às ações que ambas as igrejas podem empreender para aliviar as suas consequências.
Também "sublinharam a importância excepcional do processo de negociação em curso" entre Rússia e Ucrânia, "expressando a sua esperança de que uma paz justa seja alcançada o mais depressa possível". O papa Francisco e Kirill ainda discutiram "questões atuais de cooperação bilateral".
O pontífice tem manifestado grande preocupação com a guerra na Ucrânia, e no dia seguinte à invasão, 25 de fevereiro, foi à embaixada russa junto à Santa Sé. O seu secretário de Estado, Pietro Parolin, também propôs a mediação do Vaticano para dar fim ao conflito, oferecida ao ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, mas não recebeu resposta.
Também enviou dois cardeais para a Ucrânia - o polonês Konrad Krajewski e o tcheco Michael Czerny - para ajudar a população.
O pontífice argentino optou pela diplomacia nos seus muitos apelos à paz, sem mencionar a Rússia ou se referir ao nome do presidente russo, Vladimir Putin, mas chamando a guerra de "massacre" e "agressão armada inaceitável".