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O papa Francisco anunciou nesta quarta-feira (26) a criação de uma comissão especial para reformar o Instituto para Obras da Religião (IOR), o banco do Vaticano. A instituição é envolvida em escândalos financeiros e acusada de falta de transparência.

O grupo será responsável por recolher dados, documentos e informações para fazer um relatório periódico sobre as atividades da instituição. Segundo a Santa Sé, a comissão era um desejo do papa Francisco e visa "chegar a uma melhor harmonização do instituto com a missão da Igreja Católica".

A comissão foi instituída por um Quirógrafo, documento papal escrito de próprio punho, um dos mais importantes do direito eclesiástico. Os cinco membros da equipe, que são integrantes do clero, terão que informar periodicamente ao papa sobre seu trabalho e entregar um relatório final.

Ainda não se sabe por quanto tempo o órgão funcionará. A implementação de mudanças no IOR era junto com a reforma da Cúria romana duas das decisões que se esperavam do pontificado de Francisco, que assumiu o comando da Igreja Católica em março.

O IOR foi fundado por Pio 12 em 1942 e tem personalidade jurídica própria. Ao todo, 112 pessoas trabalham no banco e sua única agência está no Vaticano. A instituição gere 19 mil contas pertencentes principalmente ao clero católico, com um montante de US$ 7 bilhões (R$ 15,4 bilhões).

Ao longo dos anos, vários escândalos mancharam a reputação do banco. Organizações criminosas se beneficiaram do anonimato ou de empréstimos duvidosos para a lavagem de dinheiro, entre outros crimes. O caso mais emblemático foi a falência do Banco Ambrosiano, em 1982, envolvendo a maçonaria.

Em 1989, o banco foi reformado por João Paulo 2º e em 30 de dezembro de 2010 Bento 16 aprovou uma lei contra a lavagem de dinheiro nas instituições financeiras do Vaticano, com o objetivo de entrar na chamada "lista branca" de Estados que respeitam as normas para combater este crime.

No ano passado, o então presidente do banco, Ettore Gotti Tedeschi, foi destituído pelo Conselho de Supervisão da entidade após ser acusado de violação das normas sobre a prevenção de lavagem de dinheiro. Em seu lugar, assumiu o alemão Ernest von Freyberg, que começou a auditar as transações financeiras.

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