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O papa Francisco decidiu criar nesta quinta-feira (5) um comitê para combater o abuso sexual de crianças na Igreja Católica e também, ao mesmo tempo, oferecer ajuda às vítimas.

A informação foi divulgada no Vaticano pelo cardeal americano Sean O'Malley. A proposta foi decidida em reuniões do Conselho de Cardeais (são oito) com o papa, realizadas entre terça-feira (3) e a manhã desta quinta.

Essa comissão deve apresentar políticas de prevenção do abuso infantil na Igreja, estabelecer condutas, além de recomendações sobre como colaborar com as autoridades civis em investigações sobre o tema.

Os membros deste comitê devem ser anunciados em breve, informou o cardeal O'Malley, em Roma. "A composição e as competências da comissão serão indicadas com mais detalhes pelo Santo Padre, por meio de um documento apropriado", disse.

Esta foi a segunda reunião do Conselho de Cardeais, nomeado em abril pelo papa Francisco. A decisão é tomada dois dias após o Vaticano se recusar a entregar as informações a uma comissão da ONU que investiga os abusos de padres.

Em abril, o papa Francisco pediu uma "atuação decisiva" para eliminar os abusos sexuais dos religiosos e garantir que os responsáveis sejam punidos. Três meses depois, assinou um decreto que aumenta a punição a prostituição, violência sexual, pedofilia e posse de pornografia.

Histórico

Os primeiros casos de sacerdotes que abusaram de crianças e adolescentes foram denunciados primeiro nos Estados Unidos no início dos anos 2000. Em seguida, envolveram as Igrejas de vários países da Europa, sobretudo da Irlanda, onde foram registrados milhares de abusos.

A Igreja da América Latina também conheceu uma série de escândalos. O mais famoso foi o do fundador mexicano do movimento dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel, também culpado de abusos sexuais.

Em maio de 2011, a Congregação para a Doutrina da Fé, encarregada das denúncias, deu o prazo de um ano às conferências episcopais do mundo para a adoção de diretrizes contra a pedofilia, incluindo a colaboração com a Justiça civil.

O promotor designado para os casos de abuso, monsenhor Charles Scicluna, indicou recentemente que, em setembro, pelo menos 75% das conferências episcopais enviaram uma resposta ao Vaticano.

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