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Papa Francisco é o primeiro pontífice a visitar a Península Arábica

Para Francisco é recebido pelo príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed Al-Nahyan, ao chegar ao Aeroporto Internacional de Abu Dhabi. | Andrew Medichin/AFP
Para Francisco é recebido pelo príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed Al-Nahyan, ao chegar ao Aeroporto Internacional de Abu Dhabi. (Foto: Andrew Medichin/AFP)

O papa Francisco chegou neste domingo (3) aos Emirados Árabes Unidos, fazendo história como o primeiro pontífice que viaja à Península Arábica. O religioso deseja melhorar as relações entre cristãos e muçulmanos e apoiar a comunidade católica da região.

Horas antes, Francisco pediu com urgência respeito à trégua imposta no Iêmen em dezembro e autorização para o envio de alimentos e medicamentos, em meio à pior crise humanitária mundial. Fez o pedido no Vaticano, antes de entrar no avião que o levaria aos Emirados Árabes, um país aliado da Arábia Saudita na campanha militar no Iêmen. Ao falar no Vaticano, Francisco evitou assim um mal-estar com os anfitriões, abstendo-se de tratar do tema enquanto está na região.

Francisco viaja a Abu Dabi para participar em uma conferência sobre diálogo inter-religioso patrocinada pelo Conselho Muçulmano de Anciãos, um grupo sediado nos Emirados Árabes contrário ao fanatismo religioso e para a promoção de uma forma moderada de Islã. É uma iniciativa do xeque Ahmed el-Tayeb, grande imã de Al-Azhar, o respeitado centro egípcio de aprendizagem sobre o islamismo sunita que tem mil anos e é frequentado por clérigos e estudiosos de todo o mundo.

Na terça-feira, o papa fará uma grande celebração religiosa no principal estádio esportivo da cidade, com expectativa de 135 mil presentes. O evento ocorre no momento em que o Oriente Médio sofre um êxodo de cristãos, que fogem da perseguição dos extremistas do Estado Islâmico e de outros grupos.

Os Emirados Árabes têm atualmente mais de 9 milhões de habitantes, dos quais cerca de 1 milhão são nascidos no país, os demais sendo estrangeiros que foram à rica federação petroleira para trabalhar. A Igreja Católica acredita que no país existam aproximadamente 1 milhão de católicos, a maioria filipinos e indianos, que deixaram suas famílias e enfrentam muitas vezes situações precárias, denunciadas regularmente por grupos pelos direitos humanos.

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