O papa Francisco deixou o Vaticano neste domingo (9) antes do primeiro aniversário de seu pontificado, que acontecerá na Cúria Romana, para um retiro quaresmal realizado fora da cidade-Estado pela primeira vez em décadas.
A decisão de celebrar a semana de oração e pregação na cidade de Ariccia, no Monte Alban, a cerca de 25 quilômetros do Vaticano, é mais um sinal de como o papa não tem medo de mudar as velhas convenções.
A eleição do primeiro papa não europeu em 1.300 anos foi vista como um reflexo do desejo de trazer novas referências para o Vaticano e a Cúria dominada pela burocracia italiana, na qual alguns de seus membros foram acusados de corrupção e nepotismo.
O pontífice argentino disse que a Cúria deveria ser menos focada em assuntos internos da Igreja. Em seu Ângelus semanal antes de partir para o retiro, ele disse que o primeiro domingo da Quaresma é o tempo para se lembrar de como Jesus rechaçou às tentações como conforto econômico e poder mundial.
"Isso nos dá força e nos apoia na luta contra a mentalidade global que reduz o homem ao nível das necessidades básicas, levando-o a perder a fome pelo que é verdadeiro, bom e belo, a fome de Deus e de seu amor", disse o papa a uma multidão de peregrinos na Praça de São Pedro.
Desde sua eleição em 13 de março de 2013 Francisco quebrou muitos costumes na busca para trazer mais simplicidade ao Vaticano, como viver em uma residência vaticana em vez de no Palácio Apostólico e usar um Ford Focus em vez de a limusine papal.