O papa Francisco assinou nesta sexta-feira um decreto em que são declaradas as "virtudes heroicas" da irmã brasileira Benigna Victima de Jesus, que morreu em 1981, naquele que representa o primeiro passo para o processo de beatificação da religiosa.
O líder da Igreja Católica firmou o documento hoje, após uma audiência com o cardeal Marcello Semeraro, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos.
A irmã, batizada como Maria Conceição Santos, nasceu em 16 de agosto de 1907, na cidade de Diamantina, em Minas Gerais, em uma família católica.
Em 1934, ela ingressou na Congregação das Irmãs Auxiliadoras de Nossa Senhora da Piedade. Em 16 de março de 1936, fez a primeira profissão de votos religiosos e, em 6 de janeiro de 1941, os perpetuou.
Dois anos depois, irmã Benigna foi nomeada madre superiora da Santa Casa Manuel Gonçalves de Itaúna, onde dedicou o tempo à oração, ao auxílio aos enfermos e à catequese.
"Durante sua vida, ela foi discriminada por muito tempo por causa de preconceitos raciais por ser negra, mesmo por algumas de suas irmãs, também ligados a sua aparência física e várias doenças, incluindo a obesidade e distúrbios hormonais que lhe causaram muito sofrimento. Ela escondeu suas mágoas através de seu peculiar senso de humor e autoironia e da Graça que foi de onde tirou forças para superar dificuldades e continuar a se doar aos outros fazendo o bem", indica relato do site "Vatican News".
Após deterioração do estado de saúde, foi internada em um hospital de Belo Horizonte, onde morreu em 16 de outubro de 1981.
O título de Venerável Servo de Deus, é dado a pessoa morta reconhecida por "ter vivido as virtudes de maneira heroica".
Para que, a partir disso, seja considerada beata, é necessário que tenha realizado um milagre a partir de sua intercessão. Para que se torne santa, é necessário um segundo milagre, comprovado depois da declaração como beata.