O papa Francisco manteve um encontro particular com o ex-ditador cubano Fidel Castro neste domingo (20), confirmou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.
O encontro, que durou entre 30 e 40 minutos, aconteceu na casa do ex-ditador na presença de seus filhos e netos e da mulher de Fidel, Dalia Soto del Valle.
Francisco deu a Castro vários de seus escritos papais, dois livros sobre espiritualidade e um livro e um CD sobre a obra do padre Armando Llorente, um papa que lecionou a Castro na escola jesuíta há mais de setenta anos.
Castro deu ao papa uma cópia de “Fidel e religião”, um livro de 1985 de entrevistas com um padre brasileiro que deu fim ao tabu de falar de religião em Cuba, que na época era oficialmente um país ateu.
O papa reuniu-se com o ex-ditador após celebrar uma missa na praça da Revolução, em Havana, com a presença do ditador cubano, Raúl Castro, e da presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Em seu pronunciamento durante a missa, o pontífice fez um apelo para que o governo colombiano e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) ponham fim ao conflito mais longo da América do Sul, afirmando que os dois não podem permitir o fracasso do processo de paz.
“Que o sangue derramado por milhares de inocentes durante longas décadas de conflito armado” mantenha os esforços para encontrar uma paz definitiva, disse o papa argentino.
Havana é palco há mais de dois anos de um diálogo entre o governo e as Farc para tentar pôr fim ao conflito de meio século.
Francisco, que é o primeiro papa latino-americano da Igreja Católica, recentemente ajudou no processo de reconciliação histórica entre os EUA e Cuba.