México
Legionários de Cristo admitem abusos sexuais de seu fundador
Agência Estado
A congregação mexicana dos Legionários de Cristo reconheceu ontem que seu fundador, Marcial Maciel, abusou durante anos de seminaristas e teve três filhos. A entidade pediu perdão a todas as vítimas. No México, supostos filhos e vítimas de Maciel rechaçaram o pedido de perdão, qualificando-o como "superficial e falso".
O cardeal Joseph Ratzinger, que depois foi nomeado Papa, não fez nada para impedir em 1980 que um padre acusado de pedofilia retomasse o sacerdócio em uma paróquia na Alemanha, afirmou ontem o jornal The New York Times, um dia depois de ter revelado um caso parecido ocorrido nos Estados Unidos.
No fim de 1979 em Essen, Alemanha, o padre Peter Hullermann foi suspenso após várias queixas de pais que o acusavam de pedofilia. Uma avaliação psiquiátrica ressaltou os instintos pedófilos do padre, indica o diário americano. Algumas semanas depois, em janeiro de 1980, o cardeal Ratzinger, futuro Papa Bento XVI, que era na época arcebispo de Munique, dirigiu uma reunião durante a qual a transferência do padre de Essen para Munique foi aprovada. O futuro Pontífice recebeu alguns dias depois uma nota na qual foi informado de que o padre Hullermann havia retomado o serviço pastoral.
Em 1986, este padre foi declarado culpado de ter agredido sexualmente meninos em uma outra paróquia de Munique, após a transferência para a cidade bávara. Nesta semana, novas acusações de pedofilia vieram à tona, envolvendo o início e o fim de seu sacerdócio.
Outro lado
Líderes católicos da Europa rejeitaram ontem as acusações de que o Papa Bento XVI teria acobertado abusos sexuais do clero. A conferência episcopal francesa, o arcebispo de Londres e a arquidiocese de Munique, da qual o Pontífice já foi o titular, criticaram as informações veiculadas pela imprensa.
A arquidiocese de Munique negou o teor da reportagem do The New York Times.
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