O Papa Francisco nomeou neste sábado a irlandesa Marie Collins - vítima de abuso sexual por um sacerdote quando tinha 13 anos - para integrar uma nova comissão contra a pedofilia na Igreja formada por oito membros. Marie, hoje com 66 anos, vai se juntar a outras três mulheres no colegiado, a francesa Catherine Bonnet, psiquiatra especialista no tratamento de vítimas de abuso; a psiquiatra britânica Sheila Hollins; e Hanna Suchocka, o ex-premier da Polônia, embaixadora da Santa Sé e ativista de direitos humanos.
Em fevereiro de 2012, ainda no papado de Bento XVI e diante de superiores de mais de trinta ordens religiosas e representantes de 110 conferências episcopais, Marie Collins inaugurou um simpósio realizado em Roma com o relato dos abusos que sofreu nos anos 1960. Na época, Marie tinha 13 anos e foi abusada por um capelão do hospital onde estava internada na Irlanda, inclusive com registros fotográficos. Quando ela tentou denunciar o abuso anos mais tarde, ela foi informada por funcionários da igreja que "proteger o bom nome" do padre era mais importante do que remediar um erro "histórico".
Marie ganhou reputação internacional por ter atuado em campanhas em prol dos direitos das vítimas de abuso.
Completam a comissão o cardeal Sean Patrick O'Malley, arcebispo Boston e pioneiro na luta contra o abuso no seio da Igreja; o jesuíta argentino Humberto Miguel Yáñez Molina, diretor de Teologia Moral na Universidade Gregoriana em Roma e um amigo de Jorge Mario Bergoglio; o italiano Claudio Papale, professor de direito canônico; e o padre e teólogo alemão Hans Zollner.
O'Malley, na qualidade de membro do chamado G-8 do Vaticano (grupo formado por oito cardeais nomeados por Jorge Mario Bergoglio para reformar a Cúria), anunciou em dezembro passado a criação de uma rede global para detectar, denunciar e prevenir o abuso contra menores.
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