O papa Bento 16 encerrou sua primeira viagem à África como pontífice pedindo aos líderes do continente, muito afetado pela pobreza e a corrupção, que ponham os interesses do povo em primeiro lugar.
Ao lado do presidente José Eduardo dos Santos, que governa Angola há quase 30 anos, o papa afirmou: "Nossos corações não podem encontrar paz enquanto ainda houver irmãos e irmãs que sofrem com a falta de comida, abrigo ou outros bens fundamentais".
"Se me permitem fazer um último apelo, eu pediria que a justa realização das aspirações fundamentais das pessoas mais necessitadas deveria ser a principal preocupação dos que ocupam cargos públicos", disse.
"Porque sua intenção, tenho certeza, é cumprir a missão que receberam, não para si, mas em nome do bem comum", acrescentou ele antes de embarcar para Roma.
A necessidade de eliminar a corrupção e dividir a riqueza foi um tema recorrente na viagem do papa à África, que começou na terça-feira em Camarões e alcançou seu ápice com a missa campal para 1 milhão de pessoas em Angola, no domingo.
Muitos países africanos, como Angola e Camarões, são ricos em recursos naturais, mas a maioria das populações vive na pobreza. Críticos dizem que os governantes usam esses recursos para se enriquecer.
O pontífice afirmou que "o primeiro desafio a superar é o de construir a solidariedade entre as gerações..., o que deveria levar a uma partilha mais equitativa dos recursos da Terra entre as pessoas".
Bento 16 encerrou seu pronunciamento manifestando preocupação com a segurança dos inúmeros refugiados das guerras do continente, onde o catolicismo registra a sua maior expansão atual.
"Peço a Deus que conceda proteção e assistência aos incontáveis refugiados que fugiram do seu país e agora estão por aí, esperando para que possam voltar para casa", afirmou.
No domingo, o papa fizera um apelo específico pela paz na República Democrática do Congo.
A passagem do pontífice por Angola foi marcada pela morte de duas pessoas num tumulto ocorrido no sábado no acesso a um estádio no centro da capital, horas antes de um evento do papa com jovens.
O governo angolano investiu bilhões de dólares para reconstruir o país, rico em petróleo e diamantes, depois da guerra civil (1975-20002), mas ainda está em 158o entre 180 países no ranking de percepção da corrupção da entidade Transparência Internacional.
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