O papa Francisco falou sobre a missão do sacerdote, na homilia da Missa do Crisma (consagração dos óleos usados para ungir os enfermos, nos batizados e nas crismas), na manhã desta quinta-feira, na Basílica de São Pedro. Centenas de cardeais bispos, padres e diáconos participaram da cerimônia. A seguir, a íntegra da homilia. Destacou a missão em favor dos pobres e excluídos.
Francisco pediu aos padres - na Missa da Bênção dos Óleos que abre as cerimônias da Páscoa e é consagrada à renovação dos votos sacerdotais -, que recordassem, como ele, "o dia da ordenação". "As Leituras e o Salmo falam-nos dos ungidos: o Servo de Javé referido por Isaías, o rei David e Jesus nosso Senhor. Nos três, aparece um dado comum: a unção recebida destina-se ao povo fiel de Deus, de quem são servidores; a sua unção 'é para' os pobres, os presos, os oprimidos'", disse o pontífice.
Recomendou que, para além da beleza da liturgia e da unção recebida - "que não deve se reduzir ao adorno e bom gosto dos paramentos" - os sacerdotes de todo o mundo fixem o olhar na ação. "O Senhor dirá claramente que a sua unção é para os pobres os presos, os doentes e quantos estão tristes e abandonados. A unção, amados irmãos, não é para nos perfumar a nós mesmos, e menos ainda para que a conservemos num frasco, pois o óleo tornar-se-ia rançoso... e o coração amargo".
Segundo o papa Francisco, o bom sacerdote se reconhece "quando o povo é ungido com óleo da alegria". "Por exemplo, quando (o povo) sai da Missa com o rosto de quem recebeu uma boa notícia. O nosso povo gosta do evangelho quando é pregado com unção, quando o evangelho que pregamos chega ao seu dia a dia e escorre como o óleo de Aarão até às bordas da realidade, quando ilumina as situações extremas".