Papa Francisco discursou na cerimônia de boas-vindas da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa, o primeiro grande ato do evento| Foto: EFE/EPA/MIGUEL A. LOPES
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O papa Francisco pediu nesta quinta-feira (3) para que os jovens não se deixem enganar pelos “algoritmos” e “ilusões do virtual” na cerimônia de boas-vindas da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa, o primeiro grande ato de massas deste evento católico, que contou com a presença de quase meio milhão de jovens.

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O pontífice chegou ao Parque Eduardo VII no papamóvel e durante mais de 30 minutos percorreu o local para saudar as centenas de milhares de jovens que chegaram de todo o mundo e que mostraram o seu entusiasmo com gritos e cânticos.

A cerimônia começou com algumas danças dos jovens, incluindo o fado, e foram lidos trechos de cartas enviadas ao papa, nas quais meninos e meninas contavam os seus problemas e angústias.

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Como é tradição nesta cerimônia, desfilaram as bandeiras dos 151 países presentes, o ícone da Virgem Maria entregue à JMJ por João Paulo II e a cruz peregrina, que percorreu vários países até chegar a Lisboa e que será entregue aos representantes do próximo país onde se realizará o evento.

O papa Francisco usou depois da palavra para alertar os jovens para que se afastem do mundo virtual que “sabe quem você é, mas não te ama”.

“Deus te chamar pelo nome significa que, para Ele, você não é um número, mas um rosto, um rosto e um coração. Gostaria que vissem uma coisa: muitas pessoas hoje sabem o seu nome, mas não te chamam pelo nome. De fato, o seu nome é conhecido, aparece nas redes sociais, é elaborado por algoritmos que o associam a gostos e preferências”, alertou o papa.

E acrescentou que “tudo isto não interpela a sua singularidade, mas a sua utilidade para os estudos de mercado”.

“Quantos lobos se escondem atrás de sorrisos de falsa bondade, dizendo que sabem quem você é, mas não te amam e te deixam de lado quando já não estão interessados em você? São as ilusões do virtual, e devemos ter cuidado para não nos deixarmos enganar, porque muitas realidades que nos atraem e prometem felicidade mostram-se depois pelo que são: coisas vãs, bolhas de sabão, supérfluos, substitutos que nos deixam vazios por dentro. Jesus, não; Ele confia em você, você é importante para Ele”, comentou.

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O pontífice também falou de uma Igreja em que “há lugar para todos” e que na “Igreja ninguém é supérfluo” e pediu que “quando não houver esse espaço, nos esforcemos para torná-lo disponível, também para aqueles que erram, para aqueles que caem, para aqueles que têm dificuldades”.

“O Senhor não aponta o dedo, mas abre os braços; Jesus mostra-nos isso na cruz. Ele não fecha a porta, mas convida-nos a entrar; não nos afasta, mas acolhe-nos”, enfatizou o papa, que na quarta-feira (2) havia se encontrado com 13 vítimas de abusos sexuais ligados à Igreja Católica em Portugal.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]