O Pontífice disse que a paixão de Cristo impulsiona seus seguidores a carregar sobre os ombros o sofrimento do mundo| Foto: EFE/Claudio Onorati
Papa saúda a mulditão em seu segundo dia em Madrid
CARREGANDO :)

Levando aos ombros a cruz de madeira que João Paulo II entregou aos jovens em 1984 para que a levassem pelo mundo, centenas de milhares de jovens de 193 países participaram nesta sexta-feira, em Madri, da Via-Sacra da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), e aproveitaram para rezar pelas vítimas de violência e abuso sexual.

A cruz foi levada em cada estação por um grupo de 10 jovens de diferentes países palcos de perseguições, tragédias climáticas, casos de pedofilia, crise econômicas, entre outros problemas.

Publicidade

Desafiando o forte calor, o Pontífice, de 84 anos, presidiu pela primeira vez a celebração, e no final pediu aos jovens - mais de 600.000, segundo fontes da organização - para "não serem indiferentes ao sofrimento" e lhes assegurou que a cruz não é o desenlace de uma derrota.

"A cruz não foi o desenlace de um fracasso, mas o modo de expressar a entrega amorosa que chega até a doação mais intensa da própria vida", afirmou.

Bento XVI exortou aos jovens a assistir aos menos favorecidos e após ressaltar que são muito sensíveis à ideia de compartilhar a vida com os demais, pediu que "não fiquem indiferente perante o sofrimento humano, onde Deus os espera para que apresentem o melhor de vós mesmos: vossa capacidade de amar e de compadecer".

O Pontífice disse que a paixão de Cristo impulsiona seus seguidores a carregar sobre os ombros o sofrimento do mundo, "com a certeza de que Deus não é alguém distante ou alheio ao homem e a suas vicissitudes".

O Bispo de Roma os convidou para pedir a Cristo, "suspenso na áspera madeira", que lhes ensine a sabedoria misteriosa da cruz, "graças à qual o homem vive".

Publicidade

A Via-Sacra percorreu desde a Plaza de Colón até a de Cibeles por meio do passeio de Recoletos, no centro de Madri.

A Cruz dos Jovens seguiu em procissão durante toda a Via-Sacra, levada em cada estação por um grupo de 10 jovens de diversos países, entre eles, Espanha, Terra Santa, Egito, Índia, Iraque, Brasil, Itália, Albânia, Ruanda, Burundi, França, Jordânia, Haiti e Japão.

A tradição da Via-Sacra é datada do início do cristianismo, quando os fiéis foram a Jerusalém para seguir o exemplo de Jesus e rezar nos lugares sagrados da Paixão de Cristo.

No século 15, os franciscanos, responsáveis pela guarda dos Santos Lugares, introduziram na Europa os eventos da paixão.

Os cristãos que não podiam ir à Terra Santa começaram a realizar a Via-Sacra em seus lugares de origem e no século 16 ficaram configurados com 14 estações.

Publicidade