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O papa Bento XVI anunciou neste sábado que enviará um emissário papal encarregado de assumir e reformar a Legião de Cristo, uma ordem religiosa conservadora que caiu em descrédito em meio à onda de escândalos sexuais que vem atingindo a Igreja Católica.

O pontífice também ordenou a criação de uma comissão especial que estudará os estatutos da Legião de Cristo, que determinavam que os membros dessa congregação mantivessem silêncio absoluto sobre os acontecimentos internos, e disse que um especialista do Vaticano investigará o Regnum Christi, um braço secular da ordem conservadora.

A decisão foi tomada depois de cinco investigadores do Vaticano terem informado o papa e outras autoridades vaticanas sobre os resultados de um inquérito de oito meses para determinar o futuro da ordem após a descoberta da vida dupla de seu fundador, o padre Marcial Maciel.

Por meio de nota, o Vaticano afirmou reconhecer a "gravidade" dos crimes cometidos por Maciel, que teve ao menos um filho e abusou de jovens seminaristas. Aos que foram abusados, o papa leva seu "pensamento e pregação, junto a sua gratidão às pessoas que, por meio de grandes dificuldades, tiveram coragem para exigir a verdade", segundo o comunicado.

Além de ser acusado de ter molestado seminaristas, Maciel utilizava identidades falsas para manter relações com diversas mulheres, com as quais teria gerado três filhos, que também relataram ter sofrido abusos sexuais do próprio pai.

No mês de março, a congregação - fundada no México em 1941 e reconhecida pelo Vaticano em 1983 - chegou a pedir desculpas oficiais pelos abusos cometidos por seu criador. A ordem religiosa diz contar com mais de 800 sacerdotes e 2,5 mil seminaristas em 22 países, junto com 70 mil integrantes de seu ramo secular, o Regnum Christi.

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