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Papa ressalta que fé cubana segue viva apesar de ‘dores e penúrias’

No Santuário da Virgem da Caridade, Francisco ressaltou valores como a fé e a necessidade de reconciliação | TONY GENTILE/REUTERS
No Santuário da Virgem da Caridade, Francisco ressaltou valores como a fé e a necessidade de reconciliação (Foto: TONY GENTILE/REUTERS)

Na sua última missa durante a visita a Cuba, o papa Francisco pediu nesta terça-feira (22) para os fiéis “semearem a reconciliação” e ressaltou que a fé dos cubanos segue viva apesar das “dores e penúrias”.

Durante a celebração no Santuário da Virgem da Caridade, perto da cidade de Santiago de Cuba, poucas horas antes do pontífice embarcar para os Estados Unidos.

“A alma do povo cubano (...) foi forjada entre dores, penúrias que não conseguiram apagar a fé, esta fé que permaneceu viva graças a tantas avós que seguiram tornando possível, no cotidiano do lar, a presença viva de Deus”, disse o papa em sua homilia no templo mais venerado da ilha, na presença do presidente cubano, Raúl Castro.

O pontífice fez referência, mesmo sem menção explícita, ao período em que o ateísmo foi imposto na ilha após a revolução cubana de 1959, quando muitos fiéis eram alvos de discriminação. Cuba deixou oficialmente de ser um Estado ateu em 1992 e passou a ser laico.

As relações entre a ilha e a Igreja melhoraram a partir da visita do papa João Paulo II em 1998, e agora o Vaticano é um interlocutor privilegiado do governo.

No final de uma viagem após a aproximação entre Havana e Washington, inimigos há mais de meio século, o papa fez ainda referência a “reconciliação”. “Como Maria, queremos ser uma Igreja que sai de casa para construir pontes, quebrar muros, semeando a reconciliação”, disse Francisco no pequeno templo do santo padroeiro da ilha.

Revolução

Francisco apelou para que os cubanos redescobrissem sua herança católica e vivessem uma “revolução de ternura”. A frase evocou uma fala atribuída a um dos heróis da Revolução Cubana, o também argentino Che Guevara: “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás (é preciso ser duro, mas sem perder a ternura jamais)”.

“Nossa revolução passa sempre pela ternura, pela alegria que sempre se torna proximidade e compaixão, e nos leva a se envolver e a servir, à vida dos outros”, disse o pontífice.

Ele também pregou a reconciliação entre todos os cubanos, tanto dentro quanto fora do país, em referência aos que se exilaram para fugir do regime castrista.

Agenda

Depois da missa, o pontífice deve se encontrar com famílias cubanas na catedral de Santiago, antes de abençoar a cidade e viajar aos Estados Unidos. O pontífice argentino encerra a visita em pleno período de aproximação entre Washington e Havana.

Em Santiago de Cuba, grande porto da região leste da ilha que viu o nascimento da revolução cubana e perto da polêmica base americana de Guantánamo, Francisco se despedirá das autoridades e do povo cubanos, que o receberam no sábado.

Francisco em sua chega à Praça da Revolução para a primeira missa campal | CLAUDIA DAUT/REUTERS

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Francisco em sua chega à Praça da Revolução para a primeira missa campal

Fiel caminha com imagens do papa durante missa do pontífice | ALEXANDRE MENEGHINI/REUTERS

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Fiel caminha com imagens do papa durante missa do pontífice

Francisco realizou missa aberta aos cubanos do domingo (21) | ALEXANDRE MENEGHINI/REUTERS

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Francisco realizou missa aberta aos cubanos do domingo (21)

Comitiva papal passa em frente ao Capitólio cubano, em Havana | CLAUDIA DAUT/REUTERS

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Comitiva papal passa em frente ao Capitólio cubano, em Havana

Cristina Kirchener, presidente da Argentina, cumprimenta o papa Francisco após missa realizada em Havana | HANDOUT/REUTERS/

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Cristina Kirchener, presidente da Argentina, cumprimenta o papa Francisco após missa realizada em Havana

Praça da Revolução foi tomada por fiéis para a missa de Francisco | TONY GENTILE/REUTERS

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Praça da Revolução foi tomada por fiéis para a missa de Francisco

Uma bandeira norte-americana em meio à multidão: Cuba e EUA têm se reaproximado após reaberturas das embaixadas em ambos os países | STRINGER/REUTERS

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Uma bandeira norte-americana em meio à multidão: Cuba e EUA têm se reaproximado após reaberturas das embaixadas em ambos os países

Fieis agitam bandeiras cubanas durante missa de Francisco em Havana | TONY GENTILE/REUTERS

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Fieis agitam bandeiras cubanas durante missa de Francisco em Havana

Fieis seguram bandeiras e imagens de Francisco, celebrando a vista histórica do papa á Cuba | EDGARD GARRIDO/REUTERS

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Fieis seguram bandeiras e imagens de Francisco, celebrando a vista histórica do papa á Cuba

Papa Francisco na entrada da belíssima Catedral de Havana | TONY GENTILE/REUTERS

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Papa Francisco na entrada da belíssima Catedral de Havana

Crianças brincam enquanto se pode ver um cartaz desejando “boas-vindas” a Francisco | ENRIQUE DE LA OSA/REUTERS

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Crianças brincam enquanto se pode ver um cartaz desejando “boas-vindas” a Francisco

A imagem de Jesus Cristo e, ao fundo, uma representação do líder da revolução cubana Che Guevara | TONY GENTILE/REUTERS

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A imagem de Jesus Cristo e, ao fundo, uma representação do líder da revolução cubana Che Guevara

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