Sob o fogo dos ataques gerados pela avalanche de escândalos de pedofilia, o Papa Bento XVI se reuniu ontem, em Valletta, no arquipélago de Malta, com um pequeno grupo de pessoas que sofreram abusos sexuais cometidos por religiosos, manifestando a elas a "sua vergonha". "Fiquei impressionado com a humildade do Papa. Ele tomou para si o constrangimento causado pelos outros e foi muito corajoso. Nos escutou individualmente, rezou e chorou conosco", declarou Lawrence Grech, uma das vítimas.
Segundo o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, oito homens, "jovens adultos", acompanhados pelos bispos de Malta e Gozzo, a outra ilha do arquipélago, foram recebidos durante 20 minutos na capela da nunciatura, embaixada do Vaticano, próximo a Valletta. "Ele teve um momento de orações silencioso, de joelhos, e depois o Santo Padre os recebeu um a um para ouvi-los e falar com eles. Depois, todos rezaram juntos", acrescentou, indicando que o encontro foi realizado sob uma "atmosfera intensa, de emoção, mas serena".
Bento XVI assegurou que "a Igreja faz e fará tudo o que estiver em seu poder para investigar as acusações (de abusos sexuais), entregar à justiça as pessoas responsáveis e aplicar medidas concretas para proteger os jovens no futuro", indicou o Vaticano.
O encontro deste domingo é o terceiro do tipo para o Papa, que já recebeu em audiências as vítimas de padres pedófilos durante suas viagens à Austrália e aos Estados Unidos.
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