Papa volta a Roma após reunir 1 milhão de pessoas em missa

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Roma (EFE) - O papa Bento XVI voltou ontem a Roma, dando por encerrada sua primeira viagem pelo mundo, que desta vez o levou durante quatro dias à cidade alemã de Colônia para presidir a XX Jornada Mundial da Juventude.

O avião que levou ao Pontífice, um Airbus 321 da companhia alemã Lufthansa aterrissou no aeroporto de Ciampino, no sul de Roma, poucos minutos antes das 22 horas de ontem (17 horas em Brasília). De Ciampino o Papa foi em um automóvel até o Palácio Pontifício de Castelgandolfo, a quase 30 quilômetros ao sul de Roma, onde passará o verão.

Ao encerrar a XX Jornada, Bento XVI convidou os jovens para a próxima, a ser realizada em Sydney, na Austrália, em 2008.

Ainda em Colônia, na região industrial de Marienfeld, onde celebrou a missa que encerrou o encontro, o Papa advertiu os fiéis a "utilizarem sua liberdade com sabedoria": "Liberdade não se trata somente de aproveitar a vida com total autonomia, mas de viver de acordo com a verdade e a bondade, para assim, nos tornarmos verdadeiros e bons". O evento foi assistido por aproximadamente um milhão de pessoas, segundo os organizadores. Os jovens da Polônia vibravam intensamente todas às vezes que ouviam o Papa fazer referências a João Paulo II. Começavam com gritos e evoluíam para cantos religiosos.

Frustração

O Sumo Pontífice chegou a Marienfeld a bordo do "papamóvel", e percorreu o local no qual os jovens pernoitaram para assistir ao evento. Ele também disse que ocorre atualmente um grande esquecimento em relação a Deus, mas que, "ao mesmo tempo, as sensações de frustração e insatisfação tem levado a uma nova explosão da religião". A homilia foi falada em quatro idiomas. As preces foram feitas em outras cinco línguas, entre elas o português. O pai-nosso foi rezado em latim.

Além da homilia, Bento XVI fez um apelo contra o que chamou de religião "faça-você-mesmo" ou religião "à la carte". Ele criticou as pessoas que pegam do catolicismo aquilo que as interessa e rejeitam o resto. O discurso foi voltado para os jovens católicos que seguem um estilo de vida pouco condizente com os ensinamentos da Igreja.

O Pontífice disse ainda que a religião não deveria ser vista como um "produto comercial", que pode ser tomado ou rejeitado segundo a vontade do consumidor.

Cerca de 250 milhões de telespectadores do mundo inteiro acompanharam a missa oficiada pelo Papa , disse ontem à noite o presidente da rede pública alemã WDR, Fritz Pleitgen. A WDR garantiu a transmissão da missa para 35 emissoras internacionais.

Mensagem

O Papa Bento XVI não abandonou a Alemanha sem uma mensagem a sua Baviera natal, já que no trajeto de volta a Roma fez uma saudação "das alturas" ao povoado onde nasceu, Marktl am Inn.

O piloto do Airbus da Lufthansa, Martin Ott, um ex-estudante de Teologia aluno de Joseph Ratzinge em 1978, voou baixo sobre Marktl am Inn, para permitir que o Papa visse do avião a cidade onde nasceu há 78 anos.

A Lufthansa escolheu para a viagem de volta a Roma o Airbus A321 batizado de "Regensburg", a cidade onde Ratzinger foi professor de Teologia.

No povoado, os bombeiros iluminaram com potentes refletores a casa natal de Ratzinger, enquanto os vizinhos faziam o mesmo com velas e lanternas. Por rádio, as autoridades locais prometeram a Bento XVI que seu povoado se mostrará digno de ser o estado ou região de origem do Papa.

Joseph Ratzinger, que estava na cabine de comando quando o avião sobrevoou seu povoado, respondeu também por rádio com "uma saudação das alturas".

O desvio na rota aérea não só permitiu ao Papa voar sobre seu povoado natal, mas também por outras cidades onde passou a infância e a juventude, como Altoetting, Freising e Munique. Martkl am Inn quer transformar em museu papal a casa onde Ratzinger nasceu.