Paquistaneses votaram numa eleição extraordinária no domingo em Karachi depois que uma série de tiroteios deixaram ao menos 22 mortos no centro comercial do país, onde a violência étnica e política têm aumentado a instabilidade.
As mortes foram causadas, no sábado, por ataques de terroristas a eleitores, segundo informações da polícia, que aumentou a segurança próximo às urnas na eleição promovida para preencher vagas de deputados estaduais entre os pleitos regulares.
Em agosto, um parlamentar do partido dominante de Karachi, o Movimento Qaumi Muttadi (MQM), foi assassinado por pistoleiros, iniciando uma violenta revolta que deixou 100 mortos em uma semana.
O rival do MQM, o Partido Nacional Awami (PNA), que tem em sua base eleitores de etnia pashtun, boicotou a eleição local depois de reclamar que o MQM fraudaria o pleito. O PNA também disse que as autoridades não haviam dado a segurança adequada para o evento.
Além do desafio de tentar conter a violência em Karachi, o governo paquistanês enfrenta uma insurgência do Taliban e o desafio de reconstruir áreas devastadas pelas enchentes do verão, que causaram mais de 9,7 bilhões de dólares em danos materiais e provavelmente pesarão sobre a frágil economia do país por muitos anos.
O MQM acusa o PNA de vários assassinatos, nos quais o partido rival nega envolvimento.
"Pouco depois de anunciar seu boicote à eleição local, terroristas do PNA começaram a matar cidadãos inocentes numa tentativa de sabotar o processo eleitoral" disse o MQM num comunicado.
O partido disse que 25 pessoas, inclusive funcionários do MQM, foram mortos. A polícia disse que a eleição foi pacífica. Karachi freqüentemente se fecha por períodos curtos após assassinatos políticos assim como ataques a bomba que a polícia diz serem realizados por grupos militantes.
Karachi é um dos principais portos do país é a maior porta de chegada de suprimentos para as tropas americanas estacionadas no Afeganistão.
A cidade tem uma longa história de violência sectária, étnica e religiosa. Mas centenas de assassinatos este ano aumentaram as preocupações de que está se criando uma nova crise para o governo paquistanês.