O Paquistão acusou forças internacionais do Afeganistão de matarem civis em uma incursão pelo território do país. Funcionários que divulgaram a informação nesta quarta-feira (3) alertaram que isso poderia prejudicar a cooperação na guerra ao terror. Em outro incidente no país, dias antes de os parlamentares elegerem o sucessor de Pervez Musharraf, a limusine do primeiro-ministro foi alvo de tiros e o Exército anunciou a morte de mais de 20 militantes no noroeste do país.
As relações entre os Estados Unidos e o Paquistão, aliados na guerra contra o terrorismo internacional, estão estremecidas por causa dos ataques cruzando a fronteira. Os militares paquistaneses alertaram que as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão contavam com o apoio de dois helicópteros.
Segundo o general Athar Abbas, porta-voz do Exército paquistanês esta foi a primeira incursão por terra das forças estrangeiras. Antes, disse ele, houve apenas ataques aéreos em áreas tribais. O Ministério de Relações Exteriores qualificou a investida como uma "grave provocação" e uma "indecente violação do território paquistanês". Sustentou, ainda, que haveria um protesto diplomático por causa da "imensa perda de vidas civis".
Outro porta-voz do Exército, o major Murad Khan, disse que 15 pessoas morreram, incluindo sete civis. Ele não quis dizer se os outros eram supostos militantes. Em outro episódio que demonstra a instabilidade no país, o carro do primeiro-ministro do Paquistão foi nesta quarta alvo de tiros, quando se dirigia em um comboio para pegar o líder no aeroporto. Pelo menos dois tiros atingiram a janela do carro, informaram funcionários.
Nem o primeiro-ministro nem nenhum membro da administração estavam no carro. Muslim Khan, um porta-voz da organização militante banida Tahrik-e-Taliban, assumiu a autoria pelo ataque. O grupo prometeu outras ações, em retaliação à operações do Exército em áreas tribais e no Vale do Swat. Murad disse que as forças de segurança mataram nesta quarta entre 25 e 30 militantes em uma ofensiva no Swat. O local, antes turístico, foi alvo de uma investida de extremistas no ano passado.
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