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Confrontos

Paquistão amplia ofensiva militar na fronteira afegã

Forças paquistanesas mantiveram nesta segunda-feira, pelo terceiro dia seguido, a ofensiva terrestre e os bombardeios aéreos contra redutos da milícia fundamentalista islâmica Taleban e da rede extremista Al-Qaeda no Waziristão do Sul, na fronteira com o Afeganistão, onde pelo menos 78 rebeldes e 9 soldados morreram desde sábado, segundo autoridades locais.

O Exército paquistanês afirma não ter encontrado intensa resistência rebelde na região que, segundo os serviços de inteligência, é usada como centro de planejamento para os atentados extremistas como o do dia 10, que deixou 20 mortos no quartel de Rawalpindi, conhecido como o "Pentágono paquistanês".

As operações desta segunda-feira coincidiram com a chegada ao Paquistão do general David Petraeus, chefe do Comando Central dos EUA, e do senador americano John Kerry. Ambos reuniram-se com o primeiro-ministro paquistanês, Yousef Reza Gillani. A visita demonstra o forte apoio do governo dos EUA à ofensiva militar contra os extremistas.

A ofensiva desta segunda-feira partiu de três diferentes frentes: Jandola, Razmak e Wana, onde o Exército mantém suas bases na região. O avanço das tropas de infantaria foi acompanhado por um intenso bombardeio de artilharia. Caças paquistaneses também atacaram alvos rebeldes nas zonas de Ladha e Makeen.

O Exército usa principalmente jipes artilhados e caminhões para deslocar-se na parte árida da região. Fontes militares consideram que o número de baixas pode crescer nos próximos dias na medida que as operações comecem a alcançar uma zona de vegetação mais densa.

Mais de 100 mil civis já tinham fugido do Waziristão do Sul antes da ofensiva. Desde sábado, mais 20 mil deixaram a zona.

Desde o fim de semana, o governo do Paquistão mobilizou 28 mil soldados para enfrentar cerca de 10 mil taleban, entre eles pelo menos mil combatentes vindos do Usbequistão e alguns membros da rede Al-Qaeda.

A ofensiva do governo iniciada neste fim de semana é considerada a mais importante dos últimos anos. Desde 2004, as forças paquistanesas já foram obrigadas a recuar da região montanhosa do Waziristão por três vezes.

Desta vez, analistas dizem que existe um consenso entre o governo, as forças armadas e a opinião pública paquistanesa sobre a oportunidade de atacar e tentar derrotar os radicais islâmicos.

Tropas

Aproximadamente 30 mil soldados fazem parte da ofensiva. Estima-se que haja na área 10 mil militantes paquistaneses e 1.500 combatentes estrangeiros. Aproximadamente 150 mil civis já deixaram a região nos últimos meses, após o Exército indicar que planejava a operação. Porém ainda vivem ali 350 mil pessoas, e autoridades estimam que 200 mil delas podem fugir nas próximas semanas.

Veja no mapa, marcados com os pontos azuis, os locais onde aconteceram os ataques no terceiro dia de ofensiva paquistanesa. Os combates acontecem perto da fronteira com o Afeganistão, assinalada com a linha vermelha

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