Autoridades de segurança paquistanesas verificam pessoas em um posto de controle na estrada em Quetta, capital da província do Baluchistão, após os ataques liderados pelo Irã| Foto: EFE/EPA/FAYYAZ AHMED
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O governo do Paquistão ordenou nesta quarta-feira (17) o regresso a Islamabad de seu embaixador em Teerã, ao mesmo tempo em que anunciou a suspensão de todas as visitas de alto nível ao Irã, em resposta aos bombardeios efetuados ontem pelas forças iranianas em território paquistanês.

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"Este ato ilegal é completamente inaceitável e não tem justificativa (...) Informamos ao Irã que o Paquistão decidiu convocar o nosso embaixador no Irã", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores paquistanês, Mumtaz Zahrah Baloch, em um comunicado lido à imprensa local.

De acordo com a nota, o embaixador iraniano no Paquistão, que atualmente está no Irã, “não deveria regressar por enquanto” a Islamabad. A diplomacia paquistanesa também garantiu que, por sua própria decisão, suspendeu “todas as visitas de alto nível que estavam em curso ou planejadas entre o Paquistão e o Irã nos próximos dias”.

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O Paquistão responde assim aos bombardeios com mísseis e drones do Irã contra alvos do grupo terrorista sunita Yeish al Adl em solo paquistanês, realizados ontem, aparentemente sem autorização de Islamabad.

“A violação flagrante e não provocada da soberania do Paquistão por parte do Irã na noite passada é uma violação do direito internacional e dos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas”, advertiu a porta-voz.

O Paquistão também alertou que se reservará o direito de responder reciprocamente ao ataque. O governo afirmou na manhã de hoje que pelo menos dois meninos menores de idade foram mortos e três mulheres ficaram feridas em decorrência dos bombardeios.

O ataque iraniano com mísseis e drones ocorreu no mesmo dia em que o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir Abdollahian, se encontrou com o primeiro-ministro interino do Paquistão, Anwarul Haq Kakar, em Davos, momento no qual as Marinhas dos dois países realizaram manobras conjuntas e inauguraram em solo iraniano uma exposição sobre as exportações para o país vizinho.

Após o ataque contra duas bases do grupo terrorista sunita Yeish al Adl, na província do Baluchistão, que deixou dois mortos, o ministro do Interior iraniano, Ahmad Vahidi, descreveu as relações entre os dois países como "muito boas e próximas". (Com Agência EFE)

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