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Os militares paquistaneses não irão agir contra a rede militante Haqqani, apesar da pressão norte-americana por retaliações ao grupo acusado pelo ataque deste mês contra a embaixada dos EUA em Cabul, disse um jornal paquistanês na segunda-feira.

O comandante do Exército do Paquistão, general Ashfaq Kayani, realizou uma reunião especial com outros comandantes militares no domingo para discutir a situação, disseram fontes militares, após uma semana de retórica inflamada entre Washington e Islamabad.

Os EUA acusam a poderosa agência paquistanesa de espionagem de apoiar a rede Haqqani, responsável por vários incidentes violentos no leste do Afeganistão e que se tornou um sério empecilho à retirada militar norte-americana pretendida pelo governo de Barack Obama.

Em comentários surpreendentemente diretos na semana passada, o chefe do Estado-Maior norte-americano, almirante Mike Mullen, disse que a rede Haqqani é um "verdadeiro braço" da ISI (agência paquistanesa de inteligência militar), e acusou o Paquistão de fornecer ajuda para o atentado de 13 de setembro contra a embaixada dos EUA em Cabul.

Os comandantes paquistaneses decidiram resistir às exigências norte-americanas por uma ofensiva militar no Waziristão do Norte, suposto reduto da Haqqani, segundo relato de uma fonte militar não identificada ao jornal Express Tribune.

"Já avisamos aos EUA que o Paquistão não pode ir além do que já fez", disse a fonte ao jornal.

A ação militar unilateral dos EUA que levou à morte de Osama bin Laden no território paquistanês, em maio, já havia abalado as relações entre os dois países. Elas estavam começando a se recuperar quando aconteceu o ataque em Cabul. Ambos os lados agora adotaram uma retórica excepcionalmente agressiva.

Refletindo a tensão política, a bolsa de Islamabad fechou na segunda-feira em baixa de 2,7 por cento.

Os EUA há muito tempo já pressionam o aliado Paquistão a reprimir a rede Haqqani, um dos mais letais grupos afegãos aliados do Taliban e envolvidos no combate às forças ocidentais.

O Paquistão nega que dê apoio ao grupo, e diz que seu Exército já está sobrecarregado no combate à insurgência do Taliban em seu território, e que por isso não tem como perseguir com força total a Haqqani, com um contingente estimado em 10 a 15 mil combatentes.

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