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Membros da Al-Qaeda exibem reféns ocidentais: para os EUA, rede liderada por Bin Laden diversificou ações |
Membros da Al-Qaeda exibem reféns ocidentais: para os EUA, rede liderada por Bin Laden diversificou ações| Foto:

Governo Lula

Atuação do Brasil é elogiada

O relatório anual sobre terrorismo global, elaborado pelos Estados Unidos, elogia a atuação do Brasil no combate a atividades ligadas ao terrorismo, principalmente em São Paulo e nas áreas de fronteira, em conjunto com os americanos e com os países vizinhos.

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido crítico do uso de violência pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia [Farc] e publicamente pediu ao grupo para pôr fim à violência contra o governo colombiano’’, informa o documento.

Para o Departamento de Estado dos EUA, "a estratégia de combate ao terrorismo do governo brasileiro consistiu em impedir terroristas de usar o território brasileiro para facilitar ataques ou levantar recursos, junto com monitorar e acabar com atividades criminosas transnacionais que poderiam apoiar ações terroristas’’.

O documento, no entanto, não traz só elogios. "Apesar de a lei brasileira considerar crime financiar terrorismo se for ligado a um crime de lavagem de dinheiro, ela não considera financiar o terrorismo em si como um crime independente’’, diz.

A lista

Estados Unidos mantêm mesmos quatro países na relação dos "patrocinadores do terror".

A maior ameaça

- EUA consideram Al-Qaeda do Paquistão a maior ameaça terrorista.

- Citam braços da rede no Iêmen, norte da África e Somália como fatores de risco.

"Patrocinadores"

Ir㠖 "Mais ativo Estado patrocinador do terrorismo, provê apoio a grupos como Hamas (Faixa de Gaza), Hizbollah (Líbano) e Taleban (Afeganistão) e a milícias xiitas no Iraque".

Síria – "Embora condene o terrorismo, continua a apoiar os ‘movimentos de libertação nacional’, abrigando líderes do Hamas, apoiando o Hizbollah e permitindo trânsito a milícias do Iraque".

Sudão – "País combate terrorismo e coopera com os EUA, mas oficiais apoiam grupos ligados à Al-Qaeda, o Hamas e rebeldes de Uganda".

Cuba – "Ainda que condene ações da Al-Qaeda, provê refúgio a líderes das Farc e do ELN (Colômbia) e do ETA (Espanha)".

O Brasil

- Elogiam combate à lavagem de dinheiro, fiscalização da Tríplice Fronteira e cooperação com agências americanas.

- Mas dizem que atuação ficou prejudicada pela falta de avanço na legislação antiterrorismo.

Outros

- Coreia do Norte, removida em 2008, não retornou à lista, apesar de pressões devido ao teste nuclear do ano passado.

- Venezuela é tida como "não cooperante" e apoiadora das Farc e do ELN; Bolívia e Nicarágua também recebem críticas.

Fonte: Folhapress.

A ameaça vinda de grupos no Paquistão foi o destaque do relatório do Departamento de Estado dos EUA sobre terrorismo mundial em 2009, divulgado ontem, recebendo mais atenção até do que o Irã.O relatório é anualmente elaborado por exigência do Con­­gres­­so americano. No total, o ano de 2009 contabilizou 11 mil ataques terroristas (queda de 6% em relação ao ano anterior) em 83 países, que resultaram em mais de 15 mil mortes (queda de 5%).

O maior número de ataques ocorreu no Sudeste Asiático, que também concentrou as mortes. Somada ao Oriente Médio, a re­­gião foi palco de quase dois terços dos ataques que mataram mais de dez pessoas.

O material de 2009 afirma que o perigo "mais formidável’’ en­­frentado pelos EUA continua sendo o núcleo da rede Al-Qaeda no Paquistão, um aliado que recebe bilhões de dólares da Casa Branca para lutar contra o terror.

A ênfase do relatório chega num momento em que o governo americano tenta convencer Islamabad a cooperar mais eficazmente na guerra contra o terrorismo.

No jogo delicado da diplomacia, o texto toma o cuidado de elogiar a pressão dos paquistaneses sobre líderes da Al-Qaeda, o que teria resultado em abalos importantes em suas operações.

Também por isso, afirma o relatório, a Al-Qaeda se dispersou e se tornou mais diversificada geograficamente, o que levou por exemplo ao aumento do risco oferecido pelo braço da rede no Iê­­men.

O Irã, que fora o maior destaque do relatório anterior, continua a ser o principal Estado apoiador do terrorismo no mundo e é acusado de desestabilizar o Orien­­te Médio e a Ásia Central.

Foram mantidas também preocupações com elos de Teerã na América Latina, principalmente com a Venezuela, vista como "não cooperante’’. São também considerados patrocinadores do terrorismo Cuba, Síria e Sudão, a mesma lista do relatório do ano anterior.

Outra preocupação do departamento foi com a "conclusão’’ de que "americanos não são imunes à radicalização’’. Os Estados Uni­­dos viram aumento do número de cidadãos que se uniram a redes terroristas em várias partes do mundo.

Cuba

O governo cubano rechaçou sua inclusão na lista de patrocinadores do terrorismo elaborada pe­­los EUA. Em Brasília, onde faz uma visita oficial, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, disse que a inclusão de seu país é um "ato de hipocrisia". "Denuncio o caráter hipócrita e politicamente motivado da inclusão de Cuba na lista", afirmou o ministro.

O ministro declarou que em Cuba há milhares de mortos e mutilados por atos terroristas or­ganizados em territórios norte-americanos.

A diretora da chancelaria para a América do Norte, Josefina Vi­­dal, exigiu que os Estados Uni­­dos tirem imediatamente Cuba da lista. "Rechaçamos categoricamente a decisão do Departamento de Estado de incluir novamente Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo internacional", disse a funcionária em nota.

"Mais uma vez, os Estados Uni­­dos colocam em questão a seriedade do compromisso assumido no combate ao terrorismo internacional e mantém um dos aspectos mais irracionais que compõem a política de hostilidade contra Cuba", acrescentou.

Cuba está na lista negra desde 1982.

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