Mais de 150 mil paquistaneses aglomeraram-se neste sábado (27) para oferecer flores e beijar a sepultura da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, assassinada em 27 de dezembro do ano passado, após deixar um comício na cidade de Rawalpindi, próximo à capital Islamabad. Ela fazia campanha para levar seu partido, o Partido do Povo do Paquistão, de volta ao poder nas eleições parlamentares. Seu assassinato chocou o mundo.
Seu marido, Asif Ali Zardari, assumiu a liderança do partido com a morte de Bhutto e foi eleito presidente em setembro, enfrentando uma crise econômica e aumento da violência nos ataques de militantes no Afeganistão contra forças dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
O oficial da polícia Tanveer Odho estimou que entre 150 mil a 200 mil pessoas visitaram o túmulo de Bhutto. "Ela deu voz ao povo, deu voz ao oprimido, ao pobre e ao trabalhador", afirmou o primeiro-ministro do Paquistão, Yousuf Raza Gilani, na televisão. "Ela foi a esperança para o povo deste país, a esperança para esta região.
Na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, o secretário-geral, Ban Ki-moon, disse ontem ter esperança de que uma comissão da ONU seja criada para investigar o assassinato de Bhutto. O partido de Bhutto e Zardari tem pedido uma investigação das Nações Unidas, mas não houve prosseguimento além das vagas acusações de que forças relacionadas ao então presidente Pervez Musharraf estariam envolvidas.
O governo de Musharraf, por sua vez, acusou Baitullah Mehsud, comandante de um grupo militante do Paquistão com relações com o grupo Al-Qaeda, citando comunicações interceptadas, onde Mehsud cumprimentava um cúmplice. Um porta-voz de Mehsud negou qualquer envolvimento do comandante na morte de Bhutto. Os Estados Unidos disseram que extremistas islâmicos foram responsáveis pelo ataque contra a líder paquistanesa.
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