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O Paquistão libertou nesta sexta-feira a líder oposicionista Benazir Bhutto da prisão domiciliar, pouco antes da visita do subsecretário de Estado norte-americano. O país também deu posse a um novo primeiro-ministro interino, na esperança de colocar o processo político novamente nos trilhos.

Bhutto estava detida desde terça-feira numa casa em Lahore, no leste do país, o que a impediu de liderar uma grande manifestação contra o estado de emergência em vigor desde o dia 3. Originalmente, ela havia sido informada de que passaria uma semana detida.

O estado de emergência decretado pelo presidente Pervez Musharraf resultou na suspensão da Constituição, na prisão de milhares de adversários, no controle do Judiciário e em restrições à imprensa.

"Não pode haver eleições livres e justas sob a emergência. Não pode haver eleições livres e justas quando o chefe do Estado-Maior do Exército é também o presidente. Não pode haver eleições livres e justas sob a atual Comissão Eleitoral", disse Bhutto a jornalistas. "Nosso objetivo é o mesmo, nosso destino é o mesmo, que restauremos a democracia."

O presidente diz que as eleições gerais estão confirmadas para 9 de janeiro, e seu novo primeiro-ministro, o presidente do Senado Mohammadmian Soomro, será o encarregado de supervisioná-las.

Antes do início da crise, os Estados Unidos esperavam que Musharraf formasse uma coalizão com Bhutto, que agora descarta qualquer aproximação com o general-presidente.

"Não vejo como poderia me associar com alguém que desperta esperança e as sepulta, que faz compromissos e mexe nas traves. Ele falou comigo sobre um mapa para a democracia e impôs lei marcial", afirmou.

O subsecretário norte-americano John Negroponte, que visita o Paquistão no fim de semana, vai pressionar Musharraf a revogar o estado de emergência e a libertar milhares de oposicionistas.

Negroponte alerta os EUA a não romperem com um "aliado indispensável" como Mushararraf. Mas na terça-feira ele disse que o processo saiu dos trilhos e precisa de ajuda para ser corrigido.

Washington elogiou a libertação de Bhutto. Sean McCormack, porta-voz do Departamento de Estado, disse que outros presos políticos também devem ser soltos.

Os EUA temem que a turbulência interna afete o apoio paquistanês no combate a militantes islâmicos na fronteira com o Afeganistão.

O Exército diz ter matado dezenas de rebeldes nos últimos dias no vale do Swat (noroeste), graças a uma ofensiva contra os militantes.

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