Um importante diplomata paquistanês afirmou nesta sexta-feira (30) que os ataques a Mumbai, centro financeiro da Índia, no fim do ano passado, não foram planejados no Paquistão. Ele sugeriu que evidências apresentadas pela Índia relacionando militantes paquistaneses ao crime podem ter sido fabricadas. Os comentários de Wajid Shamsul Hasan, alto comissário do Paquistão para a Grã-Bretanha, foram os primeiros de uma autoridade paquistanesa desde que a Índia apresentou no começo do mês um dossiê, que, segundo Nova Délhi, prova que os ataques de novembro, que deixaram 164 mortos, foram planejados no Paquistão.

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Hasan sustentou, em declarações ao canal NDTV, que não foi comprovado até agora que foi o território paquistanês o utilizado pelos extremistas. "Pode ter sido algum outro lugar", disse. No entanto, horas após a declaração de Hasan, o primeiro-ministro do Paquistão, Yousaf Raza Gilani, que está em Davos, no Fórum Econômico Mundial, afirmou que o comissário falou cedo demais e que o governo não está pronto para comentar o dossiê

As provas da Índia incluem detalhes de interrogações extensivas do único atirador sobrevivente e de informações captadas por telefones via satélite utilizados pelos militantes, assim como detalhes de armas recuperadas após o ataque. Hasan indicou que Islamabad não aceitou as provas. "Elas podem ter sido fabricadas", disse ele. "A Índia demorou 45 dias para apresentar esse tipo de evidência, embora tenha começado a culpar o Paquistão desde o primeiro dia.

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Mas Gilani afirmou depois à NDTV que as evidências ainda estão sendo investigadas pelo Ministério do Interior do Paquistão, e que nem ele tem ainda os detalhes da investigação. Em Nova Délhi o ministro das Relações Exteriores, Pranab Mukherjee, reagiu de forma irritada aos comentários de Hasan. "Não recebemos nenhuma informação de autoridades paquistanesas através de canais apropriados", disse ele a repórteres. "Não é assim que um governo pode responder.

Punição

Desde os ataques a Mumbai, a Índia afirmou esperar que Islamabad puna a rede terrorista que opera na fronteira e ajude a processar qualquer envolvido no crime. Hasan disse estar confiante de que a comunidade internacional irá aceitar as conclusões do Paquistão. "Não iremos encobrir nada. Acreditamos em ir atrás dos fatos. Nossas descobertas serão aceitas pelo mundo", disse ele. "Tentaremos satisfazer a Índia com nossas descobertas. Estamos respondendo às preocupações não apenas da Índia, mas também do mundo.