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O primeiro-ministro do Paquistão, Yusuf Raza Gilani, disse nesta quinta-feira ter ordenado ao Exército que "elimine extremistas e terroristas" que atuam no país, em uma referência a simpatizantes e membros da milícia fundamentalista Talibã, que está ampliando incursões no território paquistanês, onde é acusada de usar civis como escudos. "Para restabelecer a honra e a dignidade de nossa pátria e para proteger as pessoas, as forças armadas foram convocadas a eliminar militantes e terroristas",afirmou Gilani em um pronunciamento transmitido pela TV.

O anúncio foi feito no momento em que as forças armadas paquistanesas realizam uma grande ofensiva contra o Talibã pelo controle de uma região no Noroeste do país.

O premier disse que as atividades dos extremistas chegaram a tal ponto que o governo de Islamabad se viu obrigado a tomar "medidas decisivas" para mudar o cenário.

Na quarta-feira (6), o presidente americano, Barack Obama, encontrou-se com os presidentes de Afeganistão, Hamid Karzai, e Paquistão, Asif Ali Zardari, em Washington. Após a reunião, o líder de Washington afirmou que os EUA mantêm "compromisso durável" contra o terror nos países da Ásia .

Gates lamenta mortes

Em visita ao Afeganistão, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, lamentou a mortes de civis no ataque aéreo realizado por forças americanas no Oeste do Afeganistão ocorrido na segunda-feira, mas acrescentou ter ouvido relatos de que os Talibãs teriam lançado granadas contra casas em Farah para provocar destruição e culpar as forças americanas no país. Washington ainda não deu sua versão oficial para o ocorrido.

- Teremos que esperar para ver o que de fato aconteceu nesse caso. Todos nós sabemos que o Talibã usa mortes de civis e às vezes cria elas, para gerar problemas para os Estados Unidos e parceiros. Os Talebãs usam civis como escudos, se misturam com os civis.- disse, acrescentando que quando as forças americanas mataram civis foi por acidente.

Nesta quinta-feira (7), cerca de 200 civis protestaram contra o bombardeio aéreo americano, que segundo a Cruz Vermelha teria matado dezenas de civis. Eles gritavam palavras de ordem contra os Estados Unidos pedindo a retirada do exército americano e criticando o governador da província por dizer inicialmente que os mortos faziam parte do exército Talibã, eles atiravam pedras contra prédio do governo da província.

Na tentativa de conter a manifestação e impedir que os manifestantes invadissem a sede do governo local, policiais dispararam contra a multidão e uma pessoa foi atingida. Apesar do incidente, os protestos chegaram ao fim pacificamente, segundo moradores da região. Muitas lojas preferiram permanecer fechadas pelo resto do dia.

O ataque aéreo americano atingiu comunidades no distrito de Bala Bolouk na noite de segunda-feira (4). A Cruz Vermelha disse ter encontrado dezenas de corpos e autoridades locais afirma que mais de 100 civis foram mortos. Se os números forem confirmados, o incidente será o mais grave para civis desde a queda do regime Talebã em 2001.

Durante o encontro em Washington com Obama, o presidente do Afeganistão considerou as mortes civis "injustificáveis" e "inaceitáveis". Uma delegação afegão-americana foi enviada a Farah para investigar o incidente de quarta-feira.

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