O acordo nuclear entre os Estados Unidos e a Índia deve abrir caminho para um acordo similar com o Paquistão, disse o primeiro-ministro paquistanês nesta quinta-feira (2).
O Congresso norte-americano aprovou o acordo nesta quarta-feira (1), encerrando uma proibição de tratados sobre o comércio de ítens nucleares com a Índia que já durava três décadas, o que liberou bilhões de dólares em investimentos e aproxima a maior democracia do mundo ao Ocidente.
Críticos dizem que o acordo provoca prejuízos graves aos esforços para conter a proliferação de armas nucleares, já que a Índia poderá importar combustível e tecnologia nuclear mesmo tendo testado armas nucleares e não tendo assinado o Tratado de Não-Proliferação (TNP).
No Paquistão, que tem armas atômicas, o primeiro-ministro Yousaf Raza Gilani disse que o acordo não deve ser visto como motivo para preocupação.
"Vocês não precisam se preocupar com isso", disse Gilani a repórteres em sua cidade-natal, Muiltan, quando questionado sobre o acordo.
O Paquistão teve três guerras contra a Índia desde a sua independência, em 1947, e quase entrou em guerra pela quarta vez em 2002. A relação entre os dois países melhorou desde que começaram uma negociação de paz, no começo de 2004.
"O Paquistão agora terá uma justificativa para exigir um acordo similar, já que não queremos discriminação", disse Gilani.
"O Paquistão também vai fazer novos esforços para um (acordo) nuclear civil e eles terão de nos acomodar".
O Paquistão testou armas nucleares em maio de 1998, em resposta aos testes feitos pela Índia. Assim como o vizinho, o Paquistão também não assinou o TNP.
O Paquistão é um dos países que mais recebem ajuda dos Estados Unidos, e é um grande aliado da campanha norte-americana contra militantes.
Mas, para os olhos norte-americanos, o Paquistão não pode ser tratado como a Índia porque não tem um histórico de democracia e não-proliferação nuclear.
Uma rede liderada por Abdul Qaader Khan, cientista considerado pai da bomba atômica paquistanesa, contrabandeou tecnologia nuclear que permite a produção de bombas para regiões instáveis, antes de ser desarticulada em 2004.
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