Curitiba A preocupação do Brasil e da Argentina com a abertura que o Paraguai oferece aos Estados Unidos está mais relacionada à segurança que à economia, segundo especialistas. Eles consideram que o fluxo de negócios do Mercosul se concentra entre Brasil e Argentina.
"O perigo está na instalação de uma base militar norte-americana no Paraguai para supervisionar os países vizinhos", afirma René Berardi, especialista em relações internacionais das Américas e presidente do Conselho Técnico Acadêmico do Centro de Relações Internacionais do Paraná (Cepri).
Em sua avaliação, a região da tríplice fronteira atrai os EUA, que pretendem deter as influências do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, no Brasil e na Argentina.
Segundo Berardi, a instalação de uma base no Paraguai, em regiões isoladas como a do Chaco, daria a Washington um ponto de observação mais privilegiado que o das concentrações militares mantidas na Colômbia.
O analista argentino Gonzalo Rojas, professor da Universidade de Buenos Aires, os EUA têm interesse em instalar uma base na América do Sul como parte de sua estratégia de combate ao terrorismo. Assunção teria poucos atrativos econômicos para Washington.
Rojas afirma que os protestos que vêm ocorrendo nas ruas de Assunção não devem mudar a posição do governo. Na última semana, grupos de jovens queimaram uma bandeira dos EUA em frente ao Congresso paraguaio e cobriram muros de frases que pedem a expulsão dos fuzileiros norte-americanos. Pelo acordo aprovado pelos deputados paraguaios, cerca de 400 soldados dos EUA deverão circular pelo Paraguai até 2006. (JR)
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