O Ministério da Unificação da Coreia do Sul reagiu nesta segunda-feira (8) ao anúncio feito pelos norte-coreanos mais cedo, afirmando que as atividades do complexo de Kaesong serão suspensas temporariamente. Segundo um comunicado emitido pelo ministério, a decisão norte-coreana é "unilateral e injustificável".A Coreia do Norte anunciou que vai retirar 53 mil norte-coreanos que trabalham no polo industrial intercoreano de Kaesong.
"Vamos retirar todos nossos empregados da região" disse Kim Yang Gon, um alto responsável do partido, através de um comunicado transmitido pela agência oficial KCNA.
De acordo com o responsável, a Coreia do Norte vai suspender temporariamente as operações na zona e vai avaliar se é o caso de encerrar as operações do complexo -localizado a 10 km da fronteira.Desde a última quarta-feira, a Coreia do Norte proíbe o acesso de funcionários e caminhões e distribuição sul-coreanos a Kaesong.
Até agora, 13 das 123 empresas sul-coreanas que mantém atividades no complexo interromperam suas atividades por causa da falta de matéria prima.Mais de 300 profissionais sul-coreanos deixaram o complexo desde a semana passada, mas quase 500 decidiram permanecer para garantir o bom funcionamento das atividades.
Analistas sugerem que o regime norte-coreano não vai desativar Kaesong, já que essa zona industrial ao norte da fronteira, onde funcionam 123 empresas sul-coreanas, representa um comércio de US$ 2 bilhões de dólares por ano e emprega 50 mil norte-coreanos. Seus salários, num valor superior a US$ 80 milhões de dólares por ano, são pagos diretamente ao governo norte-coreano, e não aos próprios trabalhadores.
O complexo de Kaesong é uma importante fonte de divisas estrangeira para a Coreia do Norte e, apesar das tensões entre os dois países, sempre permaneceu aberto --exceto um dia em 2009. Na ocasião, Pyongyang bloqueou o acesso para protestar contra as manobras militares conjuntas entre Estados Unidos e Coreia do Sul.