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tensão racial

Para jovens dos EUA, justiça leva raça em conta nas decisões

Mulher manda policiais “para casa” em Baltimore, onde um negro morreu sob custódia de agentes: descrença e insatisfação crescem. | JOHN TAGGART/EFE
Mulher manda policiais “para casa” em Baltimore, onde um negro morreu sob custódia de agentes: descrença e insatisfação crescem. (Foto: JOHN TAGGART/EFE)

Uma pesquisa feita pela Universidade de Harvard mostra que metade dos jovens entre 18 e 29 anos nos Estados Unidos acredita que a justiça criminal do país é injusta. Ao mesmo tempo, poucos acham que os protestos contra as mortes de cidadãos negros pela polícia vão promover alguma mudança.

Os resultados da pesquisa, feita com jovens da chamada “geração Y” entre os dias 18 de março e 1º de abril deste ano, foram divulgados no momento em que a indignação com a morte de Freddie Gray, um homem negro de Baltimore morto sob custódia da polícia, gerou protestos violentos na última semana em várias cidades do país.

Alguns manifestantes saquearam e queimaram departamentos comerciais em Baltimore e entraram em conflito com a polícia após o funeral de Gray, na segunda-feira. As ações levaram o governador do estado de Maryland, Larry Hogan, a enviar a Guarda Nacional para a cidade. O prefeito de Baltimore, Stephanie Rawlings-Blake, impôs um toque de recolher.

John Della Volpe, diretor de pesquisas do Instituto de Política de Harvard, afirmou que os resultados indicam que os jovens estão genuinamente interessados em ver mudanças concretas no sistema de justiça criminal — não apenas retórica.

“O que eu acho que eles estão nos indicando através desses dados é que devemos discutir o tema de uma maneira significativa e não ideológica”, disse Della Volpe. “Mesmo antes da violência em Baltimore, apenas uma minoria dos entrevistados acreditava que protestos podem criar mudanças”. Foram entrevistados mais de 3 mil jovens nesta faixa etária.

A pesquisa mostra que 49% dos jovens têm pouca ou nenhuma confiança que o sistema judicial pode julgar corretamente as pessoas sem levar em conta a raça ou a etnia. Outros 49% têm “alguma” ou “muita” confiança no sistema judicial.

A disparidade é maior entre jovens negros, com 66% expressando pouca ou nenhuma confiança no sistema judicial, comparado com 43% de jovens brancos e 53% de jovens latinos.

Os jovens negros também demonstraram muito mais apoio ao movimento “Black Lives Matter” (A Vida dos Negros Importa) do que os brancos e latinos. O movimento surgiu após a morte de jovens negros pela polícia em Ferguson (Missouri), Nova York e outras cidades.

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