La Paz O Brasil devia dar de presente à Bolívia as refinarias da Petrobrás, cujo valor está estimado em cerca de US$ 100 milhões, disse ontem o presidente boliviano, Evo Morales. "Esse valor para o Brasil não é nada, se eu fosse o Brasil daria as refinarias de presente", disse Morales. O presidente boliviano afirmou que pretende fechar em breve um acordo com o Brasil para a recompra das refinarias, como forma de reverter o "mau negócio" fechado pelo governos bolivianos passados que as venderam.
Morales apelou à amizade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem felicitou pela reeleição. Segundo ele, a nacionalização dos hidrocarbonetos e os planos de mobilização militar em nenhum momento tinham como meta fazer faltar gás.
O presidente boliviano também disse que o fechamento dos contratos com as multinacionais, entre elas a Petrobrás, evitou uma intervenção militar nas reservas bolivianas de gás natural. Morales agradeceu o apoio das Forças Armadas à "recuperação dos recursos naturais" e anunciou que na semana que vem submeterá os contratos assinados no fim de semana ao Congresso Nacional, para que sejam ratificados. "Se alguma empresa não assinasse, exerceríamos nosso direito de propriedade. Dissemos que precisamos de sócios e não de donos para nossos recursos naturais", disse.
"Seguramente teria havido uma ampla mobilização das Forças Armadas para exercer o direito de propriedade, como tem direito qualquer país", acrescentou ele.
Contratos
Oito empresas, entre elas a Petrobrás, a espanhola Repsol-YPF e a francesa Total, assinaram dez contratos submetendo-se à nacionalização dos hidrocarbonetos bolivianos e transformando-se em operadoras a serviço da estatal boliviana YPFB, que agora é proprietária de toda a produção.
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