Os Estados Unidos inauguraram nesta segunda-feira (5) sua nova embaixada em Bagdá, um fato que simboliza sua passagem de potência ocupante a aliado de um governo iraquiano soberano.
Nas últimas semanas, os diplomatas dos EUA já realizavam uma transferência gradual para o recém-construído edifício de US$ 592 milhões, maior edifício diplomático dos EUA no mundo. Desde a invasão militar de 2003, a embaixada funcionava em um palácio que havia pertencido ao ditador Saddam Hussein.
A abertura da nova embaixada condiz com a mudança de poder efetivada no dia 1º, quando as forças norte-americanas no país passaram oficialmente a atuar sob mandato iraquiano.
"Esta nova embaixada é significativa por refletir uma situação mais normal", disse a adida de imprensa Susan Ziadeh. "Trata-se de uma ampliação da relação, pois a situação está mais segura e somos capazes de fazer uma transição para o que chamamos de uma embaixada mais normal."
Trabalham ali 1.200 pessoas, entre diplomatas, funcionários subalternos e adidos de 14 agências federais. "Sua escala reflete a importância da relação bilateral EUA-Iraque", afirmou Ziadeh.
No dia de ano-novo, as forças dos EUA transferiram às tropas iraquianas a responsabilidade pela vigilância da Zona Verde, o bairro fortificado, no centro de Bagdá, onde funcionam prédios públicos e embaixadas, razão pela qual se tornou um símbolo da ocupação. A nova embaixada fica na Zona Verde.
Os EUA têm atualmente mais de 140 mil soldados no Iraque. Até dezembro, eles operavam sob os termos de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.
Agora, vigora um novo acordo bilateral que estipula a permanência dos EUA por mais três anos, revoga a autoridade norte-americana para deter iraquianos sem acusação formal e submete funcionários civis dos EUA e soldados em folga às leis locais.
Ziadeh disse que a missão da nova embaixada começa agora a se parecer com as de outras embaixadas no mundo. "Nosso trabalho é examinar toda uma gama de questões a respeito de comércio, energia ..., transporte e estado de direito."